Os indicadores da economia mostram melhorias, mas vários setores dizem que isso ainda não se nota na carteira dos portugueses. Os números revelados esta quinta-feira mostram que a inflação baixou duas décimas e está agora situada nos 2,1%. Mas nos mercados, por exemplo, os preços continuam a afastar muitos clientes.
De acordo com os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE), a inflação desacelarou este mês para 2,1%, menos 0,2 pontos percentuais do que no mês de janeiro. Ainda assim, estes dados mostram que a inflação continua superior à de dezembro do ano passado.
No mercado de Matosinhos, comerciantes e clientes queixam-se do aumento do preço dos produtos, e dizem que a situação económica é cada vez mais insustentável.
Logo pela manhã, na abertura de portas, o mercado de matosinhos enchia-se de gente, para comprar os produtos mais frescos, mas este é um cenário que já não acontece há anos.
“Antes era as duas bancas cheias de pessoas, à espera. Este mercado era um luxo, havia tanta gente tanta gente, agora não se vê ninguém”, descreve uma das comerciantes.
Além dos comerciantes, também os clientes se queixam deste aumento de preços, por isso dizem comprar menos para não pesar tanto nas carteiras.
“Dantes levavámos mais quantidade, mas agora levamos menos. Temos de controlar mais. As coisas estão muito caras, mas depende também da fatura. Eu venho sempre ao mercado, mas antes levava as mesmas coisas, mas pagava 7 ou 8 euros, o que é uma diferença muito grande”, queixa-se uma das clientes do mercado.
Os portugueses falam em aumentos diários dos bens de consumo, apesar dos valores de inflação mostrarem o contrário.
Os definitivos do Instituto Nacional de Estatística de fevereiro só serão publicados a 12 de março.