O ministro das Finanças vai ao Parlamento na próxima quarta-feira explicar o estado das contas públicas, para explicar as declarações que tem feito sobre a execução orçamental.
"Estamos a falar de 2,5 mil milhões de euros que não estavam no documento que a Assembleia da República aprovou no Orçamento do Estado", disse, em maio, Miranda Sarmento, acusando o anterior Executivo de aprovar despesas extraordinárias no valor de 1.080 milhões de euros, sendo 960 milhões de euros depois das eleições legislativas de 10 de março.
O PS acusa o titular da pasta das Finanças de ainda não ter enviado os documentos que justificam a despesa e pediu a intervenção do presidente da Assembleia da República. No entanto, a SIC sabe que o ministério das Finanças já enviou a documentação pedida para o ministério dos Assuntos Parlamentares, que irá entregar os documentos aos deputados.
Apesar de a despesa ter sido aprovada, o PS garante que estava orçamentada e que “todos os valores foram sendo justificados”:
“Foi, por exemplo, em questões judiciais: o país tinha multas e que tinha que pagar; foi, por exemplo, um compromisso que tinha com o apoio à Ucrânia de 100 milões de euros, também tinha que fazê-lo e que foi feito; foi, por exemplo, o apoio aos agricultores, que também tinha sido aprovado e foi submetido; foi também o aumento das pensões extraordinárias, que foi também satisfeito”, enumera o deputado socialista Carlos Pereira.
Segundo a Direção-Geral do Orçamento, as contas do Estado registaram um défice até abril de quase dois mil milhões de euros.