A queda foi de 3,8 por cento, seguindo uma tendência verificada em maio, de arrefecimento no comércio internacional de bens em Portugal. O dado negativo aparece num momento em que a economia portuguesa só cresceu 0,1% no segundo trimestre, a registar uma travagem face ao crescimento de 0,8% nos três primeiros meses do ano.
França e Alemanha, que estão no top três dos destinos das exportações nacionais no ano passado, enfrentam agora períodos conturbados que ameaçam diminuir essa procura.
O presidente da Associação Empresarial de Portugal, Luís Miguel Ribeiro, fala numa situação que deve deixar o país "em alerta" e na necessidade das políticas públicas ajudarem as empresas a minimizar os impactos.
Com esta trajetória, o objetivo de crescimento das vendas ao exterior do Programa de Estabilidade, que é atualmente de 3,1%, pode estar a ser ameaçado.
"Esta instabilidade crescente tem provocado alterações nas rotas marítimas, atrasos nas entregas de matérias-primas e aumento significativo no custo dos transportas", alerta Luís Miguel Ribeiro.
Além do abrandamento nas exportações, as importações também caíram para 6,4% no segundo trimestre, sendo que não estão a ser registados apenas problemas no comércio exterior.
A nível interno, a indústria enfrenta um aumento global de preços, que passa pela matéria-prima, custos de transporte e conflitos geopolíticos até ao produto final.