Economia

Mais despedimentos: em 8 meses perderam o emprego mais pessoas do que em todo o ano passado

Desde 2015 que não acontecia uma vaga de despedimentos tão grande, excluindo 2020, o ano da pandemia. As confederações patronais justificam a vaga de despedimentos pela retração no consumo em algumas áreas e pelo aperto económico sentido em determinadas empresas.

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Estão a ser despedidas mais pessoas este ano. É o valor mais alto desde 2015, excluindo o ano da pandemia. Ainda assim, a taxa de desemprego continua estável. O setor do vestuário e do calçado são os mais afetados.

Só em oito meses, o número de trabalhadores despedidos em Portugal já ultrapassou os resultados de todo o ano passado.

Os dados divulgados pela Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho mostram que, desde 2015 que não acontecia uma vaga de despedimentos tão grande. Isto, claro, excluindo 2020, o ano da pandemia.

No ano passado, foram despedidos mais de 3.600 trabalhadores de 431 empresas.

Já este ano, só de janeiro a agosto, foram despedidos quase 4 mil profissionais de 318 empresas. Estão centenas de processos em curso, o que significa que foram despedidos, para já, mais 79% dos trabalhadores em mais 37% das empresas.

Ao Diário de Notícias, as confederações patronais justificam a vaga de despedimentos pela retração no consumo em algumas árease pelo aperto económico sentido em determinadas empresas.

A crise económica em países como a Alemanha, fundamentais para as exportações do país, agravam as dificuldades sentidas.

Em termos regionais, Lisboa e Vale do Tejo lidera no número de despedimentos, seguida da região Norte.

Para já, esta vaga de despedimentos não se tem refletido na taxa de desemprego, que continua estável e a rondar os 6%, o que pode significar que os trabalhadores despedidos acabam por ingressar rapidamente noutras áreas.

João Cerejeira explica que, em termos macroeconómicos, esta vaga de despedimentos não se mostra preocupante, mas que as empresas e profissionais portugueses saem prejudicados por esta alteração de rota do mercado de trabalho português.