Viver em casa dos pais é ainda a realidade da maioria dos jovens portugueses. E sair para arrendar ou comprar é uma das grandes preocupações. Mas os preços das casas, que desde o início do ano subiram 10% acabam por fazer dessa vontade, uma ambição, ainda bem distante da realidade.
As descidas consecutivas das taxas Euribor, desde junho, que facilitam o acesso ao crédito à habitação, assim como as medidas de apoio do Governo à habitação, parecem à primeira vista abrir portas à possibilidade dos jovens terem uma casa.
Mas os especialistas olham para isto de outra perspectiva
“Isto está a contribuir também porque os preços não estão a baixar e essa maior procura, uma vez que não temos aqui estímulos do lado da oferta, está a levar a um aumento dos preços e os preços continuam a aumentar significativamente. Na prática resulta que os jovens não tendo aqui uma súbita do ponto de vista dos rendimentos que acompanhe a súbita dos imóveis, acaba por manter essas dificuldades”, diz Nuno Rico da Deco Proteste.
Na última década, Portugal foi o país da União Europeia onde ficou mais difícil comprar casa. Ainda assim, a descida das Euribor, assim como as medidas do Governo parecem ter alavancado a procura, com os jovens a representar mais de metade dos novos créditos à habitação nos últimos meses.