O vice-presidente da Frente Cívica afirmou, na antena da SIC Notícias, que a Comissão de Ética da Galp precisa de apurar se o alegado relacionamento entre o CEO e uma diretora de topo de facto ocorreu e se provocou algum dano à empresa.
João Paulo Batalha explica que o Código de Conduta da Galp não proíbe relacionamentos pessoais, mas obrigada a que estes sejam reportados, o que neste caso não aconteceu, tal como confirmou o próprio CEO.
“Este tipo de relações, neste caso entre CEO e gestora de topo, criam conflitos de interesse e suspeição de que uma decisão possa ser tomada para favorecer ou proteger a pessoa com quem se tem um relacionamento”, sublinha o vice-presidente da Frente Cívica.
Por isso, diz João Paulo Batalha, a empresa deve agora averiguar se houve alguma decisão específica que possa ter causado prejuízo e beneficiado o relacionamento e acrescenta que o futuro do CEO dependerá disso.
“O futuro do CEO vai ser avaliado em função disso e não em função da violação taxativa do Código de Conduta, que aparentemente aconteceu ao não ter sido comunicada a relação.”
Diz ainda que a regra deve ser reportar qualquer relacionamento, mesmo que “passageiro”, até para garantir que a pessoa em superioridade hierárquica não aproveita esse relacionamento “até para prejudicar a outra”.
O vice-presidente da Frente Cívica considera que o Código de Conduta da Galp está bem redigido, mas lembra casos anteriores, como o Galpgate, “em que havia uma proibição taxativa de ofertas de viagens e eles ofereceram-nas na mesma”.
“O problema para a Galp não é tanto haver conflitos de interesses, mas é se prejudicam a empresa, porque quando beneficiam a empresa não tem problema com eles”, conclui.