Economia

Economia portuguesa teve crescimento acima da meta do Governo, consumo privado foi o principal responsável

Em contraciclo com a Europa, a economia portuguesa cresceu 1,9% no ano passado, ligeiramente acima da meta do Governo. O consumo privado foi o fator que mais contribuiu para o crescimento.

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A meio deste mês, o ministro das Finanças já antecipava uma aceleração acima do esperado na reta final de 2024. Comprovou-se e contribuiu para que a realidade superasse as expectativas. No último trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,7% comparado com o mesmo período do ano passado e 1,5% em cadeia.

Tudo somado, a economia portuguesa cresceu 1,9% em 2024. Mais do dobro do que a Zona Euro que cresceu apenas 0,7%. O ministro português não tardou a reagir.

"Um sinal de confiança no rumo traçado e nas condições criadas para um futuro de mais investimento, emprego e crescimento sustentável", escreveu Miranda Sarmento na rede social X (antigo Twitter).

O primeiro-ministro aponta a estabilidade financeira e política como caminho para "um ciclo virtuoso de investimento e criação de riqueza".

A estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE)está em linha com o que o Fundo Monetário Internacional (FMI) tinha projetado e uma décima acima da previsão do Governo.

O Banco de Portugal, a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE)estavam menos otimistas.

O facto de muitos portugueses terem tido mais dinheiro disponível nos últimos três meses do ano por conta, por exemplo, da redução do IRS ajuda a explicar os números.

O consumo privado foi o principal motor de crescimento da economia portuguesa entre julho e dezembro. A procura interna evoluiu, mas o investimento desacelerou. Enquanto a importações aceleraram, as exportações mantiveram um crescimento próximo do registado em 2023.

"O que é que tem que ser potenciado e que estará, provavelmente, em melhoria este ano? O consumo interno, porque teremos um alívio das taxas de juro que se irá refletir nos bolsos dos consumidores domésticos principalmente a partir agora de fevereiro e março. Por outro lado, do lado das exportações, o desafio está lá e, portanto, dependerá das decisões que surjam do ponto de vista de política de tarifas e também migratória do lado dos Estados Unidos", explica a economia Catarina Coutinho.

O Governo estima que este ano a economia cresça 2,1%.