"Senhores deputados, não considerem que estou a fazer elogios em particular ao ministro das Finanças da altura", afirmou Mário Centeno. Era o próprio a assumir a pasta em 2017, quando foi criado o mecanismo que obrigou o Fundo de Resolução a injetar 3,4 mil milhões de euros no Novo Banco.
Ao longo da audição desta terça-feira no Parlamento, o atual governador do Banco de Portugal partilhou várias vezes o mérito com as outras entidades envolvidas no processo. Diz que sem esse acordo a venda ao fundo americano LoneStar não teria acontecido.
"A utilização de meios financeiros do Estado é feita de forma rigorosa. O mecanismo de capital contingente foi, talvez, o mais eficiente instrumento de capitalização que existiu em todas as intervenções bancárias, não só em Portugal, mas provavelmente na Europa."
Centeno afirma que uma solução alternativa teria saído mais caro e lembra que, desde que deixou de injetar capital no banco, todos os anos o Fundo de Resolução, que é financiado pelos bancos, vai devolver às contas públicas perto de 250 milhões de euros.
O acordo de capitalização acabou em dezembro. O que abre caminho não só à distribuição de dividendos como à venda. Agora, será o mercado a decidir o futuro do banco.