Economia

IRS: costuma receber e vai pagar? Fiscalista explica por que motivo é positivo

As declarações de IRS continuam a levantar dúvidas a muitos portugueses que, ao contrário de outros anos, não vão receber reembolso ou, em alguns casos, terão mesmo que pagar.

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Os pedidos de ajuda nas repartições de Finanças estão a aumentar e são cada vez mais aqueles que estão a contratar contabilistas. Tudo por causa do valor do reembolso do IRS relativo a 2024.

Para quem ganha, por exemplo, o salário médio, o reembolso vai ser mais baixo este ano.

O fiscalista Luís Leon ajuda a perceber porquê

“É muito importante os portugueses perceberem que os reembolsos são apenas e só darem-nos de volta algo que nos tiraram que não deviam ter tirado”, explica.

Entre 2023 e 2024 foram feitos pelos governos do PS e PSD ajustes nas tabelas de retenção. Deve lembrar-se que, em setembro e outubro do ano passado, recebeu retroativos do que descontou a mais entre janeiro e agosto do mesmo ano.

“Este duplo efeito, que é a alteração da forma de calcular o imposto mensal (...) com este acerto excecional de setembro, outubro e novembro, levou a que tenhamos já de certa forma acertado o imposto o ano passado e por isso agora há menos acerto a fazer.”

Segundo contas feitas pelo Jornal de Notícias, um casal com um filho e rendimentos na ordem dos 1.800 euros por mês cada um, terá agora de pagar 313 euros ao Estado. O ano passado tinha direito a um reembolso de 1.127 euros.

“Isto é positivo para os contribuintes”

“Nós, especialistas, há décadas que reclamamos que os reembolsos são demasiado elevados e é melhor as pessoas terem o dinheiro no bolso, do que tirado do bolso por alguém e depois passado um ano é devolvido o que não devia ter sido tirado. Isto é positivo para os contribuintes”, acrescenta Luís Leon.

A entrega da declaração de IRS começou a 1 de abril e termina a 30 de junho. Já foram entregues mais de 1,5 milhões de declarações.