Economia

Mais de 86 mil contribuintes tiveram salário penhorado por dívidas ao fisco

Além de salários, também pensões, imóveis, certificados de aforro, carros e barcos foram penhorados. As maiores penhoras são, contudo, de joias, obras de arte, equipamentos eletrónicos, depósitos bancários ou dinheiro em espécie.

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Por causa de dívidas ao fisco, mais de 86 mil contribuintes tiveram o salário penhorado, em 2024. A maior parte dos casos diz respeito a empréstimos por pagar. Além de salários e até pensões, o fisco penhorou também quase 6 mil carros, joias, obras de arte e barcos.

Os dados que chegaram recentemente à Assembleia da República mostram uma redução ligeira no número total de penhoras motivadas por dívidas fiscais de cidadãos e empresas. De 2023 para 2024, passaram de quase 650 mil para 624.932, o que representa uma descida de 3,7%.

São, ainda assim, centenas de milhares de situações de incumprimento que se mantiveram, mesmo depois dos avisos da Autoridade Tributária. E, quando isso acontece, a consequência é mesmo a penhora.

O Jornal de Notícias, que divulgou estes números, adianta que as dívidas ao fisco levaram a que, no ano passado, 86.045 portugueses tivessem ficado sem uma parte do salário. Mas também aqui houve uma queda - neste caso de 14,5%, em comparação com 2023.

No que toca aos salários, a lei prevê que a penhora só possa incidir sobre um terço do vencimento e que quem recebe o salário mínimo não possa ser afetado, mesmo que esteja em incumprimento.

De acordo com o relatório sobre fraude e evasão fiscal da Autoridade Tributária, no ano passado, além de salários, também pensões, imóveis, certificados de aforro, carros e barcos foram penhorados.

Mas a categoria em que houve mais arrestos do Fisco é a que inclui joias, obras de arte, equipamentos eletrónicos, depósitos bancários ou dinheiro em espécie. Foram mais de 383 mil penhoras - 61% de todas as que a Autoridade Tributária efetuou em 2024.