As recentes reduções do IRS, aprovadas, esta quarta-feira, terão um efeito "positivo", embora "não seja ainda numa escala suficientemente impactante para que todos os contribuintes sintam um real [efeito] no seu quotidiano", esclarece, à SIC Notícias, o fiscalista Luís Nascimento.
“Se fizermos uma divisão por mês com estas reduções, estamos a falar, em alguns casos, de três euros por mês, noutros de 10 euros”, explica o especialista.
Após uma década com poucas alterações significativas no IRS, as reduções têm sido progressivas nos últimos anos, recorda Luís Nascimento, antecipando que o cenário para este ano será semelhante ao de 2024, ou seja, "menos retenção na fonte, portanto mais disponibilidade financeira mensal para as famílias, o que significa menos reembolso".
O fiscalista destaca a importância de considerar os trabalhadores independentes, "os vulgarmente denominados recibos verdes", no ajustamento das taxas de retenção na fonte do IRS.
Luís Nascimento salienta, ainda, a necessidade de uma visão mais ampla do sistema fiscal.
“Devíamos pensar no sistema fiscal como um todo e isso é muito importante para que as famílias e os contribuintes tenham esta noção", diz.
O desagravamento fiscal, estimado pelo Governo em 500 milhões de euros em 2025, será sentido pelos contribuintes de todos os escalões. Embora o diploma só reduza as taxas do 1.º ao 8.º, os contribuintes do 9.º também beneficiarão, porque o IRS é calculado de forma progressiva, graças ao corte nas taxas nos patamares inferiores.