Economia

CORRESPONDENTE SIC

Bruxelas propõe 33,5 mil milhões para Portugal, mas cortes podem afetar agricultura e coesão

Bruxelas propõe 33,5 mil milhões de euros em fundos para Portugal no próximo orçamento comunitário. Ursula von der Leyen destaca que, de forma geral, os novos fundos são melhores do que os atuais, mas não estão afastados possíveis cortes superiores a mil milhões nas áreas da agricultura e coesão.

Loading...

É o ponto de partida da negociação. A Comissão propõe para Portugal um envelope de 33,5 mil milhões de euros a fundo perdido para gastar entre 2028 e 2034. Da coesão à migração, Ursula von der Leyen garante que os países ficam a ganhar.

Só que a Comissão mistura no mesmo pote o dinheiro da coesão, da agricultura e pescas, e pela primeira vez, também para a habitação, empurrando para os países a responsabilidade por definir montantes, o que dificulta comparações.

O que se sabe é que esse novo pote vale 31,6 mil milhões e isso é menos do que Portugal conseguiu no atual quadro. Só na coesão e agricultura, com base em estimativas da Comissão, as duas grandes políticas tradicionais, valem 33 mil milhões, o que aponta para um possível corte de mais de mil milhões de euros. O governo está ainda a fazer contas, mas a expectativa é não perder dinheiro.

A proposta de orçamento comunitário vale 2 biliões de euros. Alemanha e Países Baixos dizem que é demasiado alto e inaceitável. Já Von der Leyen argumenta que é possível evitar um aumento das contribuições nacionais.

Em cima da mesa está uma nova taxa sobre o tabaco, que pode render 12,6 mil milhões de euros por ano, outra sobre grandes empresas e ainda sobre o lixo eletrónico. Mas até agora, as tentativas da Comissão de criar novas formas de financiar o orçamento comunitário têm sempre esbarrado nos Estados membros.