Economia

Castro Almeida atribui quebra nas exportações a "meses atípicos" devido às tarifas dos EUA

O ministro Adjunto e da Coesão Territorial integra a comitiva do Governo no Japão. Castro Almeida culpabiliza as tarifas norte-americanas pela quebra das exportações portuguesas e diz que a solução passa por diversificar mercados.

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O ministro da Economia atribuiu esta quinta-feira a queda em 11% das exportações em julho a "meses atípicos" devido às tarifas norte-americanas, mas acredita que se irá "voltar à normalidade", e defendeu a diversificação de mercados, incluindo o Japão.

Manuel Castro Almeida participou esta quinta-feira num encontro com a confederação empresarial e representantes de empresas multinacionais japonesas, que decorre no âmbito da visita do primeiro-ministro, Luís Montenegro, ao Japão.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta semana que as exportações de bens recuaram 11,3% e as importações aumentaram 2,8% em julho, em termos homólogos.

"Houve uma agitação no comércio internacional por causa das tarifas americanas e, portanto, os últimos dois meses foram meses atípicos, porque também tinha havido um aumento extraordinário das exportações antes das tarifas, creio que as coisas vão voltar à normalidade", afirmou.

"Temos que fazer o nosso trabalho e o nosso trabalho passa por diversificar mercados e é o que estamos a tentar fazer aqui no Japão", acrescentou.

O ministro salientou que "o Japão é um país com uma importância enorme na economia mundial" e onde há "mais de 10 anos que não havia uma visita do ministro da Economia".

"Nós estamos a querer relançar as relações comerciais com o Japão, que hoje são bastante débeis", disse, realçando que, ainda assim, há cerca de 120 empresas japonesas a operar em Portugal e mais de mil empresas portuguesas a exportar para o Japão.

"O que nós queremos mesmo é aumentar as exportações para o Japão e captar investimento direto japonês em Portugal, sobretudo nas áreas da energia, na energia renovável, onde os japoneses têm um grande know-how e Portugal tem uma grande apetência para essa área e queremos exportar, sobretudo na área farmacêutica, toda a área das biotecnologias e a área agroalimentar", apontou.

Questionado de que forma a elevação das relações bilaterais entre Portugal e Japão a uma parceria estratégica pode aumentar esse investimento, Castro Almeida admitiu que as empresas gostam de saber que "ao nível político há uma cobertura".

"Digamos que as empresas sentem-se abençoadas na missão de investir num certo país e quando, ao nível político, se faz uma parceria estratégica com Portugal quer dizer que Portugal é um país confiável, que merece o investimento, é um país credível, um país com estabilidade que gera confiança, que é tudo aquilo que os empresários gostam de saber", afirmou.