Guerra Rússia-Ucrânia

Boris Johnson e Zelensky debatem novas rotas alternativas para a exportação de cereais

Subida dos preços dos produtos alimentares poderá resultar numa situação “apocalíptica” nos países em desenvolvimento, segundo o governador do Banco de Inglaterra.

Boris Johnson e Zelensky debatem novas rotas alternativas para a exportação de cereais

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discutiram esta quinta-feira a necessidade urgente de novas rotas de exportação de cereais ucranianos para combater a subida dos preços.

Perante o bloqueio dos portos do Mar Negro pelas tropas russas, os dois dirigentes vão “estudar opções para abrir rotas de abastecimento cruciais, marítimas e terrestres, para a exportação de cereais ucranianos”, indicou um porta-voz num comunicado.

Johnson está preocupado com as “crescentes consequências internacionais da invasão ilegal da Rússia e do bloqueio cobarde e imprudente do presidente Putin aos portos do Mar Negro da Ucrânia, incluindo o aumento dos preços dos alimentos nos países em desenvolvimento”.

O governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, alertou esta semana que a subida dos preços dos produtos alimentares poderá resultar numa situação “apocalíptica”, especialmente nos países em desenvolvimento.

A diretora executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou também esta quinta-feira que “a invasão da Ucrânia pela Rússia precipitou uma série de consequências económicas e sociais pelo mundo”, sendo uma das mais preocupantes o corte nos fornecimentos de cereais e fertilizantes e o aumento dos preços do petróleo, uma situação particularmente grave para os países africanos.

A Rússia e a Ucrânia são dois dos maiores produtores mundiais de cereais e fertilizantes, sendo responsáveis por mais de metade do fornecimento mundial de óleo de girassol e de 30% do trigo.

Boris Johnson confirmou o novo pacote de 1.300 milhões de libras (1.540 milhões de euros) de ajuda militar para a Ucrânia anunciado este mês, e o envio em breve de artilharia de longo alcance, mísseis antinavio e drones.

Sobre a situação na região de Donbass, onde a Rússia está a incidir os seus esforços, o chefe de governo britânico expressou a “absoluta admiração pelos bravos defensores de Mariupol” e exigiu que a Rússia “trate os prisioneiros de guerra com dignidade e respeito”.

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