A cotação do gás natural nos contratos holandeses TTF (Title Transfer Facility), uma referência para as empresas europeias de energia, disparou na abertura da negociação esta segunda-feira, para 210 euros por megawatt hora (MWh), depois de ter encerrado sexta-feira nos 192 euros. Mas não ficou por aí.
Pelas 7h22 chegou aos 239 euros por MWh, um novo máximo histórico, às 7h44 escalou ainda mais, para 267 euros por MWh e pouco depois das 8h ultrapassou os 280 euros. Às 8h17 ultrapassou os 300 euros por MWh.
Os dados da plataforma ICE mostram que além dos futuros do gás natural para abril, também os contratos para maio e junho e os futuros do segundo e terceiro trimestres estão a ser negociados a mais de 200 euros por MWh, com a incerteza sobre a resposta do mercado global de gás a eventuais cortes da Europa ao petróleo e gás russos.
Nas últimas horas também o Brent, referência petrolífera para a Europa, chegou aos 139 dólares por barril, próximo do recorde de 147 dólares de julho de 2008.
O disparo na cotação do gás natural ameaça voltar a levar o preço grossista da eletricidade para novos recordes, depois de a produção contratada para esta segunda-feira ter já marcado novos máximos no mercado ibérico, quer no preço diário (que será de 442 euros por MWh), quer no preço horário (que em algumas horas chegará aos 500 euros por MWh).
Um preço de gás em torno dos 250 euros por MWh significa que, no setor elétrico, as centrais de ciclo combinado a gás natural terão de cobrar mais de 500 euros por cada MWh de eletricidade produzida só para cobrir o custo com a aquisição do combustível, valor a que acresce o encargo com as licenças de emissão de dióxido de carbono, e outros custos. Com o gás natural nos 300 euros, as centrais de ciclo combinado terão de cobrar no mínimo 600 euros por MWh de eletricidade só para cobrir o custo de combustível.
(Notícia atualizada às 8h31 com cotações mais recentes)