Os custos de construção de habitação nova em Portugal aumentaram 8,6% em fevereiro, comparativamente ao mesmo mês do ano anterior. Este é o salto mais alto desde julho de 2008, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística.
Julho de 2008 foi o último mês no qual se notou uma subida maior que a registada neste mês de fevereiro. Na altura, os custos na construção dispararam 9% em termos homólogos, tendo a subida suavizado para 8,5% no mês seguinte e para 6,9% e 6% em setembro e outubro desse ano. Uma altura especialmente sensível para o mercado imobiliário, com a crise hipotecária a rebentar nos Estados Unidos, e a dar o mote para uma crise económica com repercussões globais.
De volta à atualidade e a Portugal, o disparo nos custos da construção de habitação nova verificado em fevereiro reflete saltos homólogos no preço dos materiais e no custo da mão de obra de, respetivamente, 10,1% e 6,4%.
O custo dos materiais foi o que mais contribuiu para a variação no índice de custos, tendo um peso de 5,9 pontos percentuais, enquanto a componente da mão de obra contribuiu com 2,7 pontos percentuais.
“Entre os materiais que mais contribuíram para esta evolução estão os aços, os produtos cerâmicos, o gasóleo, vidros, aglomerados e ladrilhos de cortiça e madeiras e derivados de madeira, todos com crescimentos homólogos acima dos 20%”, explica o INE.
A taxa de variação mensal do custo de construção de habitação foi 1,5% em fevereiro. O custo dos materiais e o custo da mão de obra aumentaram 0,4% e 3%, respetivamente, face a janeiro.