Economia

Euribor a seis meses continua positiva

Esta é a segunda vez desde novembro de 2015 que esta taxa é positiva.

Euribor a seis meses continua positiva

A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, voltou esta terça-feira a ser positiva, pela segunda vez desde novembro de 2015, ao ser fixada em 0,029%, mais 0,020 pontos do que na segunda-feira.

As taxas Euribor a três e a 12 meses também subiram para novos máximos desde junho de 2020 e julho de 2014, respetivamente.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor avançou para 0,561%, mais 0,040 pontos e um novo máximo desde julho de 2014. Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.

No mesmo sentido, no prazo de três meses, a Euribor subiu esta terça-feira, ao ser fixada em -0,298%, mais 0,016 pontos do que na sessão anterior e um novo máximo desde junho de 2020.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro. A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses entraram em terreno negativo em 21 de abril de 2015, 6 de novembro de 2015 e 5 de fevereiro de 2016, respetivamente. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

O que pode acontecer se Euribor atingir 2%?

Em terreno negativo desde novembro de 2015, a Euribor a seis meses começou a subir no início do ano e atingiu esta segunda-feira, pela primeira vez em sete anos, valores positivos.

A prestação do crédito à habitação pode aumentar mais de 200 euros já a partir do próximo ano. Pelas contas da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), é esse o resultado da subida das taxas de juro.

Na antena da SIC, a analista de mercados, Catarina Castro, fala no “início de um novo paradigma (…) que começou a ser testado no início do ano e que só se veio agravar com este conflito geopolítico”, a guerra na Ucrânia.

No caso de um financiamento de 200 mil euros, se a Euribor atingir 1%, estamos a falar de mais 110 euros por mês. Se atingir os 2%, estamos a falar de mais 200 euros todos os meses. Para ter uma ideia, uma prestação de 630 euros passa para 840 euros. É um valor muito significativo“, avisa Nuno rico, economista da DECO.

questão não se coloca para quem tem taxa fixa, mas mais de 93% dos créditos à habitação em Portugal são de taxa variável.

E se nos novos empréstimos, o aumento é imediato, nos outros, depende. Mas ninguém escapa. “Cada vez que o indexante for revisto, neste caso dependendo da maturidade do mesmo, de três em três, de seis em seis ou de 12 em 12, vai começar a penalizar as famílias“, prevê o economista da DECO.

A Euribor depende da taxa de referência do Banco Central Europeu (BCE), que já anunciou que vai ter de subir os juros para controlar a inflação. O que não sabe ainda quando o vai fazer e quantas vezes.