O Governo antecipou a possibilidade de o crescimento económico estimado para 2022 superar a previsão anterior, que apontava para um aumento de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) português, de acordo com um comunicado do gabinete do ministro das Finanças desta segunda-feira.
Congratulando-se com os dados divulgados na manhã desta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que apontavam para um crescimento económico de 4,9% no ano passado, o Executivo considerou que “este é um resultado muito positivo para Portugal que mostra que a economia nacional está numa fase de forte recuperação e que retomou o processo de convergência com a União Europeia desde o segundo trimestre de 2021”.
“Esta evolução do PIB reforça a confiança na continuação da rápida recuperação da economia portuguesa durante o ano de 2022, antecipando-se que se possa ultrapassar o nível pré-pandemia já no primeiro semestre e inclusivamente superar as estimativas do Governo para este ano, de 5,5%”, acrescentou o gabinete de João Leão.
O INE anunciou esta segunda-feira que o PIB português cresceu 4,9% em 2021, acima do previsto pela Comissão Europeia, que apontava para um crescimento económico de 4,5%, e do Banco de Portugal, que antecipava um aumento de 4,8% no PIB. O próprio Governo, na previsão inscrita na proposta de Orçamento do Estado para 2022, previa um crescimento económico de 4,8%, inferior ao calculado pelo INE.
A procura interna, com a recuperação do consumo privado e do investimento, foi o principal motor desta recuperação económica. O impacto negativo da queda abrupta da procura externa de 2020 dissipou-se em parte no ano passado, com a recuperação das importações e das exportações.
No último trimestre de 2021, o crescimento foi de 5,8% face ao quarto trimestre de 2020 e de 1,6% em cadeia, principalmente graças ao aumento das exportações. “Esta foi mesmo a segunda taxa mais alta de crescimento em cadeia da União Europeia, à data de hoje”, congratula-se o Governo.
Este crescimento económico tem o impacto de um efeito-base relacionado com a pandemia de covid-19. A travagem súbita da atividade económica a partir de março de 2020 fez com que a quebra do PIB nacional alcançasse os 8,4% nesse ano, um recuo inédito na História recente portuguesa.
