De saída do Governo, o ainda ministro das Finanças divulgou, esta sexta-feira, os dados do défice, que caiu para metade no ano passado, e da dívida pública, que desceu quase 8%. João Leão fez ainda questão de destacar a evolução do emprego em Portugal.
O ainda ministro as Finanças, João Leão, revelou hoje que a redução do défice para 2,8% em 2021 consolida a trajetória das contas certas e coloca Portugal no pequeno grupo de países da UE com défice inferior aos 3%.
“Esta é uma boa notícia para os portugueses. O défice no ano passado reduziu-se substancialmente de 5,8% em 2020 para 2,8% em 2021. Recorde-se que em 2020 devido à pandemia, a atividade económica em Portugal sofreu a maior queda desde a II Guerra Mundial, mas em 2021 a economia entrou já numa trajetória de forte recuperação com a economia a crescer 4,9%“, adiantou João Leão, destacando “em particular a evolução notável do mercado de trabalho” que “manteve uma resiliência extraordinária apesar da crise pandémica”.
A dívida pública continua mais alta do que estava antes da pandemia, mas no último ano diminuiu quase 8%, para os 269 mil milhões de euros.
Quanto ao futuro, João Leão deixa a meta de 1,9% do défice para o sucessor Fernando Medina cumprir. A ideia é fazer uma nova redução histórica da dívida que transita para o novo Executivo.
“Para 2022 e 2023 estima-se a continuação de uma forte recuperação económica pós-pandémica com um crescimento previsto de 5% este ano e de 3.3% em 2023, beneficiando do efeito da recuperação pós-covid e do impulso do PRR. Por outro lado, até 2023 é esperado o fim gradual das medidas extraordinárias de emergência relacionadas com a pandemia e com a TAP, que geram uma poupança orçamental de cerca de 2,3% do PIB“, revelou.
Perante este cenário, e tendo em conta “o efeito conjugado da forte recuperação económica nestes últimos dois anos e do faseamento das medidas de emergência”, é possível “antecipar uma melhoria significativa do saldo orçamental nos próximos dois anos”, vincou João Leão.
“O principal indicador disso é que o saldo estrutural – excluindo medidas de emergência – já foi positivo em 2021 com um excedente orçamental de 0,9%. Assim, o saldo orçamental até 2023 deverá evoluir para valores próximos do equilíbrio e do verificado imediatamente antes da pandemia”, concluiu o ministro das Finanças que, recorde-se, está de saída do Governo.
Saiba mais