Economia

Mondim de Basto garante defesa da população no processo do lítio

Concurso para prospeção de lítio pode avançar em seis locais.

Mondim de Basto garante defesa da população no processo do lítio

O presidente da Câmara de Mondim de Basto disse esta quarta-feira que “tudo fará” para defender a população e a sua qualidade de vida que “é incompatível” com a prospeção e exploração de lítio na área identificada no concelho.

“Iremos fazer tudo o que está ao nosso alcance para defender o interesse da população e defender a sua qualidade de vida, que não é compatível com a prospeção e exploração de lítio na área que foi identificada”, afirmou Bruno Ferreira à agência Lusa.

Mondim de Basto, no distrito de Vila Real, está incluído na área “Seixoso – Vieiros”, com cerca de 144 quilómetros quadrados que abrange ainda os concelhos de Fafe, Celorico de Basto, Guimarães, Felgueiras e Amarante, uma das seis áreas onde vai avançar o procedimento concursal para atribuição de direitos de prospeção e de pesquisa de lítio.

A Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) promovida pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), que sujeitou a análise oito áreas com potencial de existência de lítio, concluiu que em seis delas há condições para avançar.

Segundo comunicado divulgado pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática, nestes seis locais considerados viáveis, é proposta uma redução de área inicial para metade.

No caso concreto de “Seixoso – Vieiros”, passa de uma área inicial de 243,7 quilómetros quadrados para 144,2 quilómetros quadrados.

Desta forma, nos próximos 60 dias poderá avançar o procedimento concursal para atribuição de direitos de prospeção e de pesquisa de lítio.

Autarca de Mondim de Basto contra prospeção de lítio no concelho

O presidente da Câmara de Mondim de Basto reagiu com preocupação a esta notícia e recordou que o município participou na consulta pública, que terminou em dezembro, mostrando-se desfavorável à prospeção de lítio no concelho.

“E fê-lo porque a área que nos foi apresentada corresponde precisamente à área mais urbanizada do concelho”, ressalvou o social-democrata.

Bruno Ferreira explicou que “80% do concelho é Reserva Ecológica Nacional, 72% é área em regime florestal, 63% é rede natura e existe ainda o Parque Natural do Alvão, concluindo que o “espaço que está menos condicionado para a fixação da população é precisamente aquele que foi identificado para a prospeção de lítio”.

“Teremos de estar sempre na linha da frente na defesa da população e na defesa da sua qualidade de vida”, frisou.

Em Mondim de Basto são também apontadas preocupações a nível da qualidade e viabilidade do abastecimento público de água efetuado atualmente no concelho, que é maioritariamente realizado por captações de águas subterrâneas”, bem como relativas às atividades económicas, como a agricultura, a pecuária e turismo, que “poderão ficar comprometidas”.

Após o procedimento concursal e a prospeção (a decorrer num prazo máximo de cinco anos), poderá iniciar-se a exploração de lítio, com cada um dos projetos a ser sujeito a Avaliação de Impacto Ambiental.

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