Boaventura de Sousa Santos, sociólogo e professor universitário, num artigo de opinião publicado no Jornal Público, assume que, exceto uma vez, sempre votou no Bloco de Esquerda desde que o partido concorre a eleições.
Defende que nestas eleições os “resultados mostram que a esquerda à esquerda do PS perdeu a oportunidade histórica que granjeou depois de 2015” e que “levará tempo a ter outra”.
“Obviamente, demita-se!”, pede Boaventura de Sousa Santos a Catarina Martins.
O sociólogo questiona que credibilidade poderá ter uma dirigente partidária que “passa a primeira metade da campanha a justificar a decisão da rejeição do Orçamento [do Estado] e a segunda metade a parecer querer pedir desculpa por tê-lo feito”.
Em entrevista à TSF frisa que a demissão “era o caminho que deveria fazer, perante resultados muito maus”.
O professor admite que “muitos eleitores de esquerda ficaram felizes com a vitória do Partido Socialista”, mas também acredita que existe medo da escalada da extrema-direita. Para Boaventura de Sousa Santos, a derrota dos sociais-democratas pode também ter acontecido pelo PSD não ter estabelecido linhas vermelhas em relação ao Chega.
No artigo do jornal Público, Boaventura de Sousa Santos defende ainda que o Bloco de Esquerda não soube entender os sinais de quem vota neste partido e a consequência tornou-se clara. Para estes eleitores votar no BE seria sinónimo de maior instabilidade.
Boaventura de Sousa Santos, na entrevista à TSF, pediu a Catarina Martins que não siga a “lógica do Titanic: continuar à frente do barco mesmo que ele se afunde”.
