Rui Tavares começou o debate a explicar o conceito de “Eco-geringonça”, da qual fariam parte o Livre, PS PEV e o PAN. O fundador do Livre disse que não excluiu o BE e o PCP e, por isso, deixou o convite aos partidos de esquerda que inicialmente tinha excluído.
O objetivo, segundo o candidato, é conseguir um entendimento que “responda ao tempo presente”, em que é necessário ser exigente “em relação a questões como o novo aeroporto de Lisboa ou a agricultura intensiva”. “Temos que oferecer um caminho de saída”, atirou. “À direita o que nós temos é uma encruzilhada”, disse.
O PAN não fecha a porta a uma “Eco-geringonça” porque se vê como um criador de pontes. Questionada sobre se preferia viabilizar um governo de esquerda ou da direita, Inês de Sousa Real respondeu que o compromisso do partido é com as “causas das pessoas e do planeta”, com foco no bem-estar e proteção animal.
Quais são as diferenças entre o PAN e o Livre?
O debate seguiu com as bandeiras e programas dos partidos. Afinal, quais são as diferenças entre o PAN e o Livre? Rui Tavares atirou que não é conhecido o programa do PAN, uma vez que só são conhecidas algumas prioridades. O deputado do Livre foi a fundo no tema e tocou no questão das medicinas alternativas, lembrando que o PAN defende que devem ser incluídas na Lei de Bases da Saúde.
“O PAN tem trabalho feito”, respondeu Inês de Sousa Tavares, acrescentando que o programa do partido será apresentado no dia 11, terça-feira. A líder do partido falou também sobre a “responsabilidade do PAN” em matérias como o IVA da eletricidade e a viabilização do Orçamento do Estado.
“O PAN tem trabalho feito”
— Inês de Sousa Real, PAN
Sobre as terapias alternativas, a líder do PAN referiu que o partido respeita a ciência e o SNS, mas sublinhou que são importantes para prevenir futuros problemas de saúde.
Inês de Sousa Real traz o tema da agropecuária para cima da mesa de debate, lembrando que o PAN apresentou a taxa ambiental de carbono, que segue indicações da Organização Mundial de Saúde. “Temos votado isoladamente”, atirou, acrescentando que os partidos de esquerda têm sido “negacionistas” nesta matéria.
Rui Tavares admitiu que tem de haver uma “mudança da produção de carne e nos hábitos de consumo”. Segundo o fundador do livre, há várias vias de chegar ao mesmo objetivo, referindo a carne feita a nível laboratorial. Inês de Sousa Real retorquiu e disse que faltavam ainda muitos anos para se chegar ao consumo generalizado.
“Temos de fazer isto com as pessoas, não contra as pessoas”
— Rui Tavares, Livre
Rendimento Básico Incondicional
O Rendimento Básico Incondicional é uma matéria comum aos programas dos dois partidos. De acordo com Rui Tavares, o objetivo seria erradicar a pobreza e “libertar as pessoas”, apresentando a Finlândia como exemplo, uma vez que o subsídio serviu de estímulo ao emprego.
“O que é que diz o Livre em relação a isto? Vamos testar”, disse. O líder do Livre considera que existem várias versões deste rendimento, “umas mais de direita e outras de esquerda”. “É uma nova forma de estado social que temos que testar agora”, apontou.
A porta-voz do PAN disse que os dois partidos convergem nesta matéria, que deverá ser alvo de estudo.