Eleições Legislativas

Legislativas: Jerónimo recusa intrometer-se na liderança do PS

Catarina Martins disse hoje que António Costa é um “obstáculo”, que a esquerda pode ultrapassar se tiver força.

Legislativas: Jerónimo recusa intrometer-se na liderança do PS

O secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, demarcou-se esta terça-feira da afirmação da coordenadora do BE de que António Costa constitui “um obstáculo”, rejeitando “ingerência” em outro partido e contrapondo que “quem sabe do convento é quem lá vive dentro”.

No frente-a-frente na TVI com o secretário-geral do PS, Jerónimo de Sousa foi questionado pelo jornalista Pedro Mourinho se concordava com uma afirmação horas antes feita por Catarina Martins, em debate com o Livre, segundo a qual o atual secretário-geral do PS é nesta altura “um obstáculo”.

“Acho essa expressão no mínimo infeliz. Quem tem de decidir da vida do PS são os socialistas”, respondeu o secretário-geral do PCP.

Jerónimo de Sousa considerou que, “por uma questão de respeito, independência e autonomia de cada força política, incluindo o PS, não há jeito nem maneira de colocar isso em cima da mesa nesses termos”.

“Tenho um interesse muito particular num ditado popular: Quem sabe do convento é quem lá vive dentro. Naturalmente, é uma responsabilidade do PS escolher os seus órgãos, escolher os seus dirigentes”, disse.

Depois, o líder comunista concluiu: “Não deve haver qualquer ingerência nessa matéria”.

Catarina Martins diz que António Costa é um “obstáculo”

No debate com Rui Tavares, Catarina Martins tinha afirmado que do programa do Livre “não tem uma linha sobre uma necessidade absoluta de tirar as medidas da troika que ainda estão no nosso código do trabalho e que impedem obejetivamente a valorização dos salários”.

Catarina Martins frisou que essas medidas já foram até defendidas por um conjunto de personalidades que apelaram a um entendimento à esquerda, pela UGT e pelo “próprio líder dos sindicalistas do PS”.

“Há um obstáculo: chama-se António Costa. Mas a intransigência de António Costa pode ser ultrapassada se a esquerda tiver força, se o BE tiver força, se houver votos para isso e se a esquerda tiver clareza neste acordo, podemos faze-lo, é tão importante fazê-lo”, defendeu.