Foram invalidados 157 mil votos de emigrantes nas eleições legislativas. A maioria porque não estava acompanhada de cópia de documento de identificação, como manda a lei. Mas os partidos divergiram sobre o que fazer.
A lei eleitoral manda que os votos de emigrantes sejam acompanhados de cópia de documento de identificação. Sem ela, o voto é invalidado. Mas os partidos, incluindo PS e PSD, numa reunião de dia 18 de janeiro, prescindiram de parte da lei.
Justificação: era suficiente a desmaterialização dos cadernos eleitorais e do código mecanográfico de barras no envelope com os votos .
PSD muda de posição
Só que o PSD mudou de posição.
O PSD queixou-se durante a contagem. A mesa de fora da Europa não deu provimento. Mas a europeia deu e acabou por invalidar 157 mil votos. Alguns cumpriam a lei só que, como já estavam misturados com outros, diversas mesas foram anuladas.
O PS garante que, finalmente, vai alterar a lei eleitoral e desiste da queixa para o Tribunal Constitucional para não atrasar a tomada de posse, tanto de deputados como do Governo.
No final, a maioria absoluta do PS aumentou. Dois deputados foram eleitos pelos emigrantes: um pelo círculo eleitoral da Europa, outro pelo de fora da Europa. O mesmo aconteceu com o PSD, com base em quase 260 mil votos.
PS e PSD elegeram cada um dois deputados.
No círculo da Europa, são eleitos dois deputados por 926 mil eleitores inscritos. O distrito de Braga tem 776 mil inscritos e escolhe 19 deputados.
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