Abusos na Igreja Católica

Mais de 100 padres suspeitos de abusos sexuais estão no ativo

Informação encontrada em arquivos serviu para completar o mapa dos abusos e alegados abusadores, vivos e no ativo, que será agora enviado ao Ministério Público e à Igreja.

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Há mais de 100 padres suspeitos de abusos sexuais que estão no ativo. O grupo de investigadores históricos que analisou os arquivos da Igreja descobriu que, ao longo dos anos, houve sacerdotes acusados a serem transferidos ou enviados para retiros espirituais.

A forma como a instituição abordou as situações evoluiu com o tempo, mas a investigação concluiu que:

“As punições aplicadas foram diversas: envio para retiros espirituais, destituição de funções, transferência de paróquia, permanência na mesma sob vigilância, redução ao estado laical. Apenas numa minoria houve julgamento nos tribunais civis”.

A informação encontrada nos arquivos serviu para completar o mapa dos abusos e alegados abusadores, vivos e no ativo, que será agora enviado ao Ministério Público e à Igreja.

Da análise feita, sobressai que, dos anos 50 aos 70, os crimes sexuais contra menores eram enquadrados sob o prisma da moralidade e bons costumes, já que “a motivação primeira das hierarquias é frequentemente a proteção da boa imagem da Igreja, enveredando pelo encobrimento público”.

A documentação encontrada mostra que houve margem de autonomia na gestão dos casos.

"Os seminários foram o local mais referido para este tipo de ocorrências. Mas atenção, não se fique com a ideia de que é um problema que existiu no passado e já não existe”, afirmou Pedro Stretch, coordenador da comissão de investigação.