Alterações Climáticas

Primeiro-ministro espanhol diz que é preciso agir rápido

Declarações proferidas na cerimónia de abertura da cimeira da ONU sobre o clima, em Madrid.

Pedro Sanchez, Primeiro-minitro espanhol, à chegada à COP25.
Pedro Sanchez, Primeiro-minitro espanhol, à chegada à COP25.
Sergio Perez

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que "há que ir mais longe e fazer as coisas mais rápido" em matéria de emissões poluentes, já que ou há um "ponto de inflexão" ou se entra em "ponto de não retorno".

Sánchez falava na cerimónia de abertura da cimeira da ONU sobre o clima em Madrid, COP25, que se realiza até 13 de dezembro e à qual assistem representantes de quase 200 países.

O líder espanhol afirmou que "Espanha está pronta para dar um passo à frente" e vai aumentar "a taxa de redução de emissões" definida até 2030, tendo os olhos postos na cimeira de Glasgow, a sede da próxima Cimeira do Clima.

"Devemos chegar à cimeira de Glasgow 2020 com contribuições nacionais muito mais ambiciosas" e com estratégias de descarbonização a longo prazo "ordenadas, justas e eficientes", afirmou.

Pedro Sánches manifestou a esperança de que a cimeira "marque um antes e um depois" e que faça de Madrid a "capital mundial na luta contra a emergência climática" e o multilateralismo, que na sua opinião terá de ser reforçado.

Para o primeiro-ministro espanhol, o progresso, se não for sustentável, não pode ser chamado de progresso considerando que cabe ao Homem "reparar o dano causado": "Temos os meios e a técnica para torná-lo possível".

Sanchez enfatizou que hoje "apenas alguns negam as evidências" das mudanças climáticas e que, neste momento, "não há alternativa senão agir com factos, com ações".

A batalha contra a emergência climática, defendeu, exige coragem e determinação, solidariedade e liderança e, acima de tudo, passar das palavras para a ação.

O chefe do Governo espanhol alertou que, neste momento, "o acordo de Paris" de 2015 sobre o clima está em risco, quando o que deve ser feito é "ir além e fazer as coisas mais rapidamente.

"Este é um desafio que afeta todos nós, já que não há muro alto o suficiente para proteger qualquer país dessa ameaça, por mais poderosa que seja, e o momento da resposta é agora", alertou Sanchez.

O líder espanhol garantiu que a Espanha acelerará a redução da sua taxa de emissões até 2030 com a premissa de "não deixar ninguém para trás" para alcançar um "pacto alinhado aos objetivos estabelecidos pela União Europeia".

Para Pedro Sánchez, essa transição, "além de urgente, deve ser justa" e deve ser garantido que não haja "perdedores" ", porque a derrota de alguns é a derrota de outros".

Durante seu discurso, o presidente espanhol felicitou o Chile em várias ocasiões pela organização desta cimeira que deveria ter sido realizada no país da América do Sul.

"Esta COP é a COP do Chile. O sucesso desta reunião será acima de tudo e acima de tudo o sucesso do Chile", disse.

A cimeira sobre o clima estava inicialmente prevista para se realizar no Chile, mas no final de outubro o Governo chileno decidiu cancelar o evento alegando não haver condições devido a um movimento de contestação interna e de agitação civil.

O Governo espanhol avançou com a proposta de organizar a grande conferência anual sobre Alterações Climáticas e conseguiu ter tudo pronto para a sua inauguração, em Madrid, apesar de a presidência da reunião continuar a pertencer ao Chile.

Lusa