Alterações Climáticas

Biden assina acordo climático internacional para limitar gases de refrigeração

Os hidrofluorocarbonetos (HFC) são considerados um dos principais impulsionadores do aquecimento global.

Biden assina acordo climático internacional para limitar gases de refrigeração
Burak Karademir

O Presidente norte-americano, Joe Biden, assinou hoje um acordo internacional que obriga os Estados Unidos e outros países a limitar a utilização de hidrofluorocarbonetos (HFC), gases de efeito de estufa poluentes usualmente usados em sistemas de ar condicionado.

O Senado ratificou a chamada Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal de 1987 sobre poluição por ozono em setembro numa rara votação bipartidária.

A medida exige que as nações participantes reduzam gradualmente a produção e o uso de HFC em 85% nos próximos 14 anos, como parte de uma eliminação global destinada a abrandar as alterações climáticas.

Os HFC são considerados um dos principais impulsionadores do aquecimento global.

Quase 200 países chegaram a um acordo em 2016 em Kigali, no Ruanda, para limitar os HFC e encontrar substitutos mais amigáveis à atmosfera.

Mais de 130 nações, incluindo a China, a Índia e a Rússia, ratificaram formalmente o acordo, que os cientistas dizem que pode ajudar o mundo a evitar meio grau Celsius de aquecimento global.

Biden prometeu apoiar o acordo de Kigali durante a campanha presidencial de 2020 e apresentou o acordo ao Senado no ano passado.

O conselheiro sénior para as Alterações Climáticas da Casa Branca, Ali Zaidi, disse que a ratificação formal do acordo de Kigali -- com a assinatura de Biden -- "significa que os Estados Unidos estão empenhados na redução dos HFC" e no avanço dos esforços globais para combater as alterações climáticas.

O acordo deve levar à criação de dezenas de milhares de novos empregos e gerar milhares de milhões de dólares em exportações à medida que tecnologias limpas são desenvolvidas para substituir HFC em todo o mundo, segundo Zaidi.

A ratificação da emenda foi apoiada por uma coligação incomum que incluiu grandes grupos ambientais e empresariais, incluindo a Câmara de Comércio dos Estados Unidos.

Alguns senadores republicanos opuseram-se ao tratado, dizendo que daria tratamento preferencial à China ao designá-la com um país em desenvolvimento.

O Senado aprovou uma emenda amplamente simbólica dos senadores republicanos, Dan Sullivan, do Alasca, e Mike Lee, do Utah, declarando que a China não é um país em desenvolvimento e não deve ser tratada como tal pela Organização das Nações Unidas ou outras organizações intergovernamentais.