Um investigador da Universidade da Madeira lançou um alerta sobre as consequências das alterações climáticas na região. Hélder Spínola prevê que a temperatura no arquipélago suba entre 3 a 5 graus nos próximos anos, o que aumentará significativamente o risco de cheias. Para o investigador, é urgente a implementação de políticas públicas, incluindo um plano para retirar as pessoas das zonas de maior risco.
As previsões climáticas para a Madeira apontam para um futuro mais quente, com um aumento de episódios extremos, como incêndios e cheias, num território já vulnerável. Novembro, tradicionalmente um mês de castanhas assadas, tem sido marcado por temperaturas recorde, com o calor a ultrapassar os 30 graus. Este "Verão de São Martinho" atípico confirma as projeções de um futuro cada vez mais quente.
O investigador alerta que, se nada for feito, as consequências serão ainda mais graves. Atualmente, não existem planos, nem a nível municipal nem regional, para a adaptação às alterações climáticas na Madeira. Contudo, as autoridades já têm uma ideia do que precisa de ser feito: a proteção das pessoas e das infraestruturas é essencial, mas a subida da temperatura também provocará mudanças significativas na agricultura e na biodiversidade da região. A floresta laurissilva, por exemplo, está igualmente ameaçada.
Os cenários climáticos para a Madeira indicam que as alterações estão a ocorrer mais rapidamente do que se previa, com o clima a tornar-se cada vez mais extremo.