O secretário-geral do PS afirma esta terça-feira que assumirá as suas responsabilidades se vencer as eleições legislativas com maioria relativa e que não fará como o antigo primeiro-ministro Cavaco Silva que, em 1991, disse que só aceitaria governar com maioria absoluta.
Esta posição foi transmitida por António Costa na parte final do debate que esta noite travou com a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, depois de questionado pelo jornalista João Adelino Faria sobre o que fará se perder as eleições, ou se vencer com maioria relativa, tal como em 2019.
“Já disse que saio se perder as eleições, porque isso significa um voto de desconfiança dos portugueses. Caso contrário, estou cá para assumir as minhas responsabilidades”, declara o líder socialista, após ser interrogado se baterá com a porta se não tiver maioria absoluta.
Questionado novamente sobre o que fará se o PS não tiver maioria absoluta nas eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro, António Costa responde: “Não, não bato [com a porta]”.
“Eu não faço essa chantagem, eu não sou o professor Cavaco [Silva], o professor Cavaco é que disse: ou me dão maioria absoluta ou me vou embora. O que eu digo é que obviamente quem é primeiro-ministro seis anos, se ao fim de seis anos perde as eleições, tem de tirar uma ilação, é um voto de desconfiança dos nossos cidadãos”, responde.
Segundo o líder socialista, a 30 de janeiro, “os portugueses decidirão” como se vai governar o país.
“O que me compete dizer é que, nestas condições, com partidos como o Bloco [de Esquerda], nós, de facto, precisamos de uma solução de estabilidade, que o Bloco não oferece. E para isso a solução é termos uma maioria estável do PS”, diz, num momento em que a coordenadora bloquista já não dispunha de tempo para contrapor.
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