O caminho de António Costa até à maioria absoluta, conseguida este domingo, poderá estar associada a um fator: a mobilização do voto útil. Para André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica do Porto, esse foi “o principal fator” para os resultados alcançados.
“A mobilização do voto útil que António Costa conseguiu fazer não teve paralelo no espaço do centro Direita e da Direita, como reflexo da estratégia seguida por Rui Rio”, afirma o professor.
Sobre a estratégia socialista, André Azevedo Alves, sublinha que “António Costa conseguiu, com sucesso, colar o Bloco de Esquerda e o PCP ao chumbo orçamental“, fazendo com que os dois partidos de Esquerda ficassem “com o ónus de terem gerado uma crise política”.
No entanto, o resultado foi “curioso”: “Temos uma maioria absoluta para o PS quando, face a 2019, o conjunto da Esquerda recua em percentagem. A Esquerda, no seu todo, tem uma menor proporção dos votos do que em 2019, mas como esses votos são mais concentrados no PS – graças à estratégia bem sucedida de António Costa e do PS.”
O professor destaca ainda que o líder socialista conseguiu “aproveitar muito bem os sinais que foram dados pelas sondagens“, em particular as últimas sondagens pré-eleitorais que avançavam a possibilidade de haver um empate técnico.
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