Assalto em Tancos

Ministro espera não existirem violações do segredo de justiça sobre Tancos

O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, reiterou esta segunda-feira que "não há nada a assinalar" sobre a investigação ao roubo de material militar em Tancos e disse esperar que não existam "demasiadas violações do segredo de justiça".

Ministro espera não existirem violações do segredo de justiça sobre Tancos
MIGUEL A. LOPES

"Eu até posso parecer, mas não sou da Polícia Judiciária e, portanto, aquilo que eu tinha a dizer já o disse. É uma matéria que está em segredo de justiça. Fui ao parlamento pela quarta, quinta ou sexta vez sobre esta questão. Não havendo nada a assinalar, não há nada a assinalar", adiantou, em declarações aos jornalistas.

Azeredo Lopes falava à margem da cerimónia de atribuição da certificação da base aérea das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores, para a utilização permanente pela aviação civil.

Questionado sobre a possibilidade de existir material militar por recuperar, na sequência do roubo que ocorreu em junho de 2017 em Tancos, o ministro defendeu a necessidade de deixar decorrer a investigação.

"Deixemos o que está em curso, que é a investigação criminal, seguir adiante e oxalá - é a minha esperança - não haja demasiadas violações do segredo de justiça", frisou.

Na semana passada, numa audição no parlamento, Azeredo Lopes afirmou que não teve conhecimento da "alegada discrepância" quanto à recuperação do material militar furtado em Tancos, acrescentando que aguardava "calmamente" uma "aclaração" por parte do Ministério Público.

O ministro foi questionado pelo deputado do PSD Pedro Roque, que se referiu a notícias do jornal Expresso, dizendo que "continua a monte e à solta" material furtado em Tancos, em junho do ano passado, que "aparentemente todos julgavam" que tinha sido recuperado, já que em outubro foi divulgado que o material foi encontrado "à exceção de munições de 9 mm".

O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi detetado em 28 de junho de 2017 durante uma ronda móvel, pelas 16:30, por um sargento e um praça ao serviço do Regimento de Engenharia 1.

Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e grande quantidade de munições.

Em 18 de outubro passado, a Polícia Judiciária Militar disse ter recuperado, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos no final de junho, à exceção das munições de 9 milímetros.

Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do que tinha sido roubado, o que foi desvalorizado pelo Exército e atribuído a falhas no inventário.

Lusa