O Ministério Público e a Policia Judiciária (PJ) realizaram uma operação na zona centro e Algarve relacionada com o furto de armas em Tancos. "Foram efetuadas 8 detenções", refere um comunicado da PJ. Os detidos são suspeitos de terem estado envolvidos direta ou indiretamente no assalto aos paióis, de onde foram desviadas munições, explosivos e granadas, em junho do ano passado. Fonte da PJ disse à agência Lusa que os oito detidos são todos civis e que serão presentes na terça-feira a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça.
"Neste inquérito investigam-se as circunstâncias em que ocorreu o furto de material de guerra, entre a noite do dia 27 e a madrugada do dia 28 de junho de 2017, no Paiol de Tancos", informa o comunicado da Judiciária.
Em causa estão factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico de armas, terrorismo internacional e tráfico de estupefacientes.
Na operação com o nome "Operação Húbris II" participaram três magistrados do Ministério Público e 85 investigadores e o inquérito corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
O Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, que conta com a colaboração de diversas unidades da PJ.
O caso do furto de armas em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do MP e da PJ, sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo.
Entre os detidos está o diretor da PJM e um civil (que já foi militar), principal suspeito da prática do furto, encontrando-se ambos em prisão preventiva, num caso que levou à demissão de Azeredo Lopes do cargo de ministro da Defesa e cujas implicações políticas levaram à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que ainda não começou com as audições.
Em setembro, após a investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada "Operação Húbris", que levou às detenções, foi anunciada pelo CDS a comissão de inquérito, aprovada apenas com a abstenção do PCP e do PEV.
A comissão tem o prazo de 180 dias, até maio de 2019, prorrogável por mais 90, para chegar a conclusões.
A comissão de inquérito ao furto de material de militar de Tancos vai reunir-se duas vezes por semana e começa as audições às 63 personalidades em janeiro.
Com Lusa