Economia dia a dia

As dívidas por pagar dos banqueiros, os próximos capítulos do caso Rendeiro e a execução dos bens de Salgado

Os tempos da Justiça tornam-se lentos aos olhos da opinião pública com implicações concretas nos casos que envolvem, por exemplo, cobranças de dívidas ou multas na banca. Partimos do processo de Ricardo Salgado, em que o Ministério Público decidiu avançar com a execução de bens arrestados, olhando para a detenção na África do Sul de outro devedor, João Rendeiro. Uma análise dos jornalistas do Expresso especializados em banca, Isabel Vicente e Diogo Cavaleiro.

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Precisa a Justiça de uma reforma efetiva? Por mais que possa ter havido um ajustamento dos tempos da Justiça (com a delimitação de processos) em relação aos grandes dossiers, ter-se-á ganho o terreno necessário? Como lidar com megaprocessos? Isabel Vicente e Diogo Cavaleiro falam dos diversos procedimentos e da lentidão de uma investigação que, quando chega o momento das condenações, esbarra frequentemente nas prescrições cujos prazos continuam curtos. Ou das decisões de um tribunal considerar como fiel depositário de um conjunto de bens o arguido alvo de investigação.

Em análise, a decisão de executar os bens arrestados a Ricardo Salgado que, como o Expresso noticiou este fim de semana, vai mesmo avançar a ponto de perfazer a cobrança de uma multa de 3,7 milhões de euros. O mesmo já não se pode dizer do caso Rendeiro, em que as multas do Banco de Portugal continuam por pagar.

Falamos ainda dos próximos passos do processo que agora se desenrola na África do Sul. Em caso de extradição, o que vai Rendeiro encontrar em Portugal? O homem que sempre justificou as suas ações pelas perseguições movidas por outros terá agora mais dificuldades em justificar uma fuga planeada apenas por si próprio.