Eleições Autárquicas

Entrevista SIC Notícias

Carlos Moedas, o candidato "moderado" que quer "mais habitação, mobilidade e segurança" em Lisboa

Carlos Moedas - que quer apostar em mais habitação, mobilidade e segurança na capital - considera-se "o presidente dos moderados", uma caraterística que diz ser "consensual": "Sinto-o na rua, nas pessoas". Significa isto que "não faz acordos com os extremos", sejam eles à esquerda ou à direita. Para o autarca, o Chega e o BE são "extremismos sem regras".

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Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa e recandidato à autarquia, considera-se "moderado" a afasta qualquer entendimento com o Chega e com o Bloco de Esquerda. O autarca, que deixa duras críticas ao Partido Socialista (PS), promete continuar o trabalho dos últimos anos e realça que a habitação, a mobilidade e a segurança são 'bandeiras' da sua candidatura. Apesar de reconhecer que há uma crise na habitação, diz que fez muito mais em quatro anos do que os socialistas em 10.

Em entrevista na SIC Notícias, o atual presidente da Câmara de Lisboa e recandidato à mesma autarquia, revela que as listas da sua candidatura vão ser anunciadas no dia 18 de agosto.

Carlos Moedas - que quer apostar em mais habitação, mobilidade e segurança na capital - considera-se "o presidente dos moderados", uma caraterística que diz ser "consensual": "Sinto-o na rua, nas pessoas".

Significa isto que "não faz acordos com os extremos", sejam eles à esquerda ou à direita.

"Toda a minha vida lutei contra os extremos", aponta, referindo-se ao Chega e ao Bloco de Esquerda como "extremismos sem regras".

Por outro lado, indica que tem "conseguido falar" com o PCP.

Questionado sobre a razão para ter demorado a assumir que se ia recandidatar à Câmara de Lisboa, afasta que tenha esperado pelos resultados das eleições legislativas para tomar uma decisão.

O social-democrata diz que demorou porque precisou de fazer uma "reflexão pessoal" sobre os próximos quatro anos, isto é, "se era essencial ou não a continuidade". Ainda assim, considera que está "bem dentro do tempo".

Além disso, "não podia apresentar uma candidatura muitos meses antes" porque lhe "retira tempo" como presidente da Câmara, função que desempenha.

"Não me candidato contra ninguém, não minimizo ninguém", refere.

Habitação

Carlos Moedas diz que "se sente muito à vontade" a falar de habitação. Apesar de reconhecer que há uma crise no setor, considera que fez mais desde que assumiu a liderança da Câmara de Lisboa do que nos anos em que o PS esteve à frente da autarquia.

"Entre 2010 e 2020, construíram-se 17 casas por ano. Já nós entregámos 2.600 chaves e ajudámos 1.200 famílias", exemplifica.

Das 2.000 casas fechadas quando chegou à autarquia, diz ter recuperado 1.800.

De 15 em 15 dias, diz entregar 30/40 casas em Lisboa, resultado de "grande dedicação".

No futuro, promete "olhar para a cidade", isto é, para terrenos abandonados há mais de 20 anos em 250 hectares no centro de Lisboa.

Questionado sobre a demolição de barracas em Loures, Moedas refere que sempre que aparece uma barraca em Lisboa, esta é demolida. Porquê? Primeiro porque é "o princípio da lei" e segundo por ser uma "questão de saúde pública".

"Ricardo Leão esta a ser utilizado como eu fui com a questão das tendas dos Anjos (...). Muitas dessas pessoas que andam a chorar sobre o que está a ser feito nunca fizeram nada, nunca construíram. Partidos políticos tiveram essa responsabilidade e não o fizeram", assinala.

Burocracias e tempo de espera

O social-democrata diz que a autarquia aprova "pequenos projetos" em dois meses e "grandes obras" em seis. No total, cerca de 3 mil por ano.

"Depois há obras que não dependem só da Câmara e essas muitas vezes demoram mais do que isso, mas são cada vez menos. Tenho pena que o Partido Socialista, tendo estado na oposição, não viu o que estamos a aprovar", afirma.

Na SIC Notícias, diz ter aprovado 11 mil casas do setor privado em quatro anos.

"O que fiz foi ter remodelado o serviço de urbanismo."

Depois de muitas negociações, Carlos Moedas chegou a acordo com a Iniciativa Liberal (IL) e o CDS-PPpara uma coligação, na recandidatura à presidência da Câmara Municipal de Lisboa.

Além da candidatura de Moedas, foram já anunciadas as de Alexandra Leitão (PS), João Ferreira (CDU), Carolina Serrão (BE), Ossanda Líber (Nova Direita), José Pinto Coelho (Ergue-te) e Bruno Mascarenhas (Chega) à presidência da Câmara de Lisboa.

No atual mandato (2021-2025), Carlos Moedas governa Lisboa sem maioria absoluta, após ter sido eleito pela coligação Novos Tempos - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança.

O atual executivo integra também três vereadores do PS (elegeu cinco, mas perdeu dois após várias renúncias aos mandatos, cumprindo a lista da candidatura em coligação), três dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.