Mark Zuckerberg está de volta ao Congresso dos Estados Unidos para ser ouvido sobre os planos para a criação da criptomoeda Libra, concorrente da Bitcoin. Na quarta-feira, a congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez não poupou nas perguntas ao CEO do Facebook sobre o escândalo Cambridge Analytica.
“Para tomarmos decisões sobre a Libra, acho que precisamos de investigar o seu comportamento passado, e o do Facebook, em relação à nossa democracia”, começou por dizer a congressista antes de perguntar a Zuckerberg em que data teve conhecimento das operações da Cambridge Analytica.
O CEO e outros membros executivos do Facebook têm recusado divulgar quando descobriram que a empresa estava a recolher dados dos utilizadores para alegadamente os vender à campanha do atual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante as eleições de 2016.
Documentos revelados já este ano mostram que os executivos da rede social tiveram conhecimento da utilização imprópria de dados pela Cambridge Analytica em setembro de 2015, cerca de três meses antes do jornal britânico The Guardian noticiar que dados dos utilizadores estavam estava a ser utilizados na campanha do republicano Ted Cruz.
Em resposta à congressista democrata, Zuckerberg garantiu que só teve conhecimento do escândalo em março de 2018, “na mesma altura em que veio a público”, mas que já conhecia a empresa, enquanto entidade, antes disso.
Alexandria Ocasio-Cortez questionou ainda se as políticas do Facebook permitem que conteúdos de “publicidade política” estejam isentos de verificação, perguntando se poderia pagar para anunciar, por exemplo, uma data de eleições incorreta para bairros maioritariamente habitados por negros.
Em resposta, Mark Zuckerberg afirmou que o Facebook “apoia” a remoção de conteúdos em casos de violência ou censura eleitoral, mas não explicou se a rede social removeria informação falsa de “anúncios políticos”.
Este mês, o Facebook recusou-se a retirar da rede social um anúncio da campanha de Donald Trump que incluía informação enganadora sobre o trabalho do ex-vice-presidente Joe Biden na Ucrânia.