Trinta portugueses estão por localizar na cidade da Beira depois da destruição provocada pelo ciclone Idai na quinta e sexta-feira, disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, em Maputo.
"Há ainda portugueses que não estão localizados: temos na embaixada 30 pedidos de localização", referiu o governante, poucas horas depois de ter chegado a Maputo, de onde seguirá num voo doméstico para a cidade da Beira.
A informação foi dada após um encontro com a embaixadora de Portugal em Maputo, Maria Amélia Paiva, e também já foi corroborada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Por um lado, há 30 pedidos de localização, por outro, há 100 contactos (com portugueses e não só) feitos pela comunidade portuguesa da cidade da Beira, junto dos quais José Luís Carneiro vai tentar descobrir quem está por encontrar.
É a "tranquilidade das famílias" que está em causa, sublinhou.
O apoio de Portugal
Uma força de reação rápida portuguesa, constituída por 35 militares, uma equipa cinotécnica e médicos segue de Lisboa, a bordo de um avião C-130, para apoiar as operações em Moçambique, após a passagem do ciclone Idai.
O anúncio foi feito horas antes pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, em declarações aos jornalistas, tendo acrescentado que um segundo avião C-130 português estará em condições de voar para Moçambique também esta quinta-feira, com mais equipas de apoio.
Na Base Aérea de Figo Maduro esteve Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República disse que considerava Moçambique o seu segundo país:
Antes de seguir para a cidade da Beira, pelas 20:45 (18:45 em Lisboa), José Luís Carneiro tinha um encontro marcado com a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Maria Manuela Lucas.
O encontro deverá servir para articular, entre governos, o apoio de Portugal na sequência do ciclone Idai.
Centenas de mortos e milhares em risco
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué já provocou mais de 300 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos.
O jornalista Adrien Barbier, correspondente do Le Monde em África, mostra o "novo oceano" de Moçambique, fotografado a partir de um helicóptero:
Milhares de pessoas continuam à espera de ser resgatadas:
O país vai ainda cumprir três dias de luto nacional, até sexta-feira.
O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.
A maior dificuldade nesta altura é a entrega de bens:




























































A Cruz Vermelha Internacional indicou na terça-feira que pelo menos 400 mil pessoas estão desalojadas na Beira, em consequência do ciclone, considerando tratar-se da "pior crise" do género no país.
No Zimbabué, onde não há registo de vítimas portuguesas, as autoridades contabilizaram pelo menos 82 mortos e 217 desaparecidos, enquanto no Malawi as únicas estimativas conhecidas apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos: