Miguel Monjardino considera que a descarbonização, tema em cima da mesa na COP26, é "o maior projeto de mudança infraestrutural da história", embora considere que será um processo longo, e também critica a postura da Bielorrússia e a Rússia, que acusa de terem como objetivo "recuperar a influência que perderam há trinta anos".
O futuro nas mãos dos líderes mundiais
O analista começa por referir que, em eventos como a COP26, "a primeira semana tem a ver muito com teatro político e a segunda semana, que estamos a ver agora, é a negociação dos compromissos políticos que tenham sido assumidos", o que leva Miguel Monjardino a crer que o processo de conclusão da cimeira leve mais alguns dias.
Avalia, também, a descarbonização das economias como "o maior projeto de mudança infraestrutural da história", que antevê ser um processo igualmente longo, mesmo considerando "urgente".
Miguel Monjardino diz, também, que está em causa a "concretização dos Acordos de Paris".
Alerta, contudo, para os efeitos que um processo de descarbonização terá, como o aumento do preço da energia, pelo que considera que "os Governos vão ter dificuldade".
A luta pela sobrevivência na fronteira
Para Miguel Monjardino, "estamos a ver o regime bielorrusso a lutar pela sobrevivência, a usar migrantes como arma politica" de forma a pressionar a União Europeia para se levantar sanções.
Contudo, considera também que o regime de Lukashenko também tenta pressionar a Rússia com o corte de gás para a Europa.
De acordo com o analista, a Rússia e a Bielorrússia sabem que a relação da Polónia e os 27 é "péssima" e que o estatuto dos migrantes, dentro da sociedade polaca, é um "fator fraturante".
"Querem semear a discórdia na Europa", diz, explicando que o objetivo destes dois países é "recuperar a influência que perderam há trinta anos", com a queda da União Soviética.