Cimeira do Clima

COP15: países de todo o mundo alcançam acordo histórico para impedir a destruição da biodiversidade

COP15: países de todo o mundo alcançam acordo histórico para impedir a destruição da biodiversidade
CHRISTINNE MUSCHI

Os países concordaram em proteger 30% do planeta até 2030 e doar 28 mil milhões de euros de ajuda anual para a conservação para os países em desenvolvimento.

Mais de 190 Estados chegaram hoje a um acordo histórico em Montreal, no Canadá, para impedir a destruição da biodiversidade e os seus recursos, essenciais para a humanidade. Na Cimeira das Nações Unidas para a Biodiversidade, em Montreal, no Canadá, ficou garantida a proteção de 30% da terra e da água do planeta até 2030. Os peritos dizem que, sem este compromisso, mais de um milhão de espécies de plantas e animais correm o risco de desaparecerem nas próximas décadas.

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Na Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para a Diversidade Biológica (COP15), os países concordaram com um roteiro visando, em particular, proteger 30% do planeta até 2030 e libertar 30 mil milhões de dólares (cerca de 28 mil milhões de euros) em ajuda anual à conservação para os países em desenvolvimento.

Após quatro anos de difíceis negociações, 10 dias e uma noite de maratona diplomática, mais de 190 Estados chegaram a um acordo sob a égide da China, que preside à COP15, apesar da oposição da República Democrática do Congo.

Este "pacto de paz com a natureza" chamado "acordo de Kunming-Montreal" visa proteger terras, oceanos e espécies da poluição, degradação e crise climática.

"O acordo foi adotado", declarou Huang Runqiu, o presidente chinês da COP15, durante uma sessão plenária organizada a meio da noite.

"Juntos demos um passo histórico", disse Steven Guilbeault, ministro do Ambiente do Canadá, país anfitrião da cimeira.

A criação de áreas protegidas em mais de 30% do planeta, a mais conhecida das 20 medidas, tem sido apresentada como o equivalente, para a biodiversidade, do objetivo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius. Até o momento, 17% da terra e 8% dos mares estão protegidos.

Mas o texto também dá garantias aos povos indígenas, guardiões de 80% da biodiversidade remanescente na Terra, propõe restaurar 30% das terras degradadas e ainda reduzir para metade o risco ligado aos agrotóxicos.

Numa tentativa de resolver a eterna questão financeira entre o Norte e o Sul, a China também propõe alcançar "pelo menos 20 mil milhões de dólares" em ajuda internacional anual para a biodiversidade até 2025 e "pelo menos 30 mil milhões até 2030".

Acreditando que a humanidade se tornou uma "arma de extinção em massa", o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu às partes que concluam um "pacto de paz com a natureza".

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