A poluição provocada pelos combustíveis está a aumentar em Portugal. A associação ambientalista Zero fala num aumento de 6% e sublinha que coloca em causa o cumprimento das metas climáticas a que o país está obrigado.
Numa altura em que o país devia estar a dar passos largos para a redução do consumo de combustíveis fosseis, os números mostram um caminho inverso.
Comparando este ano até julho com o mesmo período de 2019, registou-se um aumento de 6,2% das emissões rodoviárias. São 18 milhões de toneladas de dióxido de carbono, mais de um terço de todas a emissões do país.
“O gasóleo continua a ser o grande responsável, mas o que cresceu mais foi a gasolina”, diz Acácio Pires, da associação Zero.
Para a Zero, estes dados das Estatísticas Rápidas dos Combustíveis Fósseis. publicados pela Direção-Geral de Energia e Geologia, são dramáticos para as metas do país.
“São extremamente preocupantes, há metas que têm de ser cumpridas”, afirma Acácio Pires, lembrando a “o próximo ano tem de ser de inversão de tendências”.
O que explica este aumento?
As causas para este aumento relativamente ao período de pré-pandemia são atribuíveis ao receio de um regresso ao transporte público, ao maior distanciamento dos centros das cidades devido ao custo das habitações, e até ao número crescente de turistas.
São explicações que precisam de maior análise, mas que deixam já antever prioridades.
Em plena Semana Europeia da Mobilidade, a Zero pede travão a fundo nas emissões rodoviárias para que o país consiga voltar à rota certa para cumprir as metas até 2030.