Conflito Israel-Palestina

Israel: corpos por retirar de festival que se tornou um cenário de guerra

"Vimos os jipes e as motas do Hamas. Estavam a matar jovens que estavam sob o efeito de drogas de álcool. Não foi nenhuma situação heroica, mataram-nos apenas”", conta um sobrevivente.

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A cinco quilómetros de Gaza, os tanques israelitas ainda estão alinhados no terreno onde decorria o festival Supernova, que se tornou num cenário de guerra. Em todas as estradas de acesso, há militares. Os carros e também os corpos dos militantes do Hamas ainda não foram retirados. como que para testemunhar o massacre de sábado.

Muitos jovens que participavam no evento de música foram abatidos quando tentavam fugir dos elementos do Hamas. Dos três mil jovens que passaram a noite a dançar, pelo menos 260 foram mortos de manhã. Entre 100 e 200 acabaram por ser levados, como reféns, pelo Hamas.

Hai Cohen e Noam estão entre os sobreviventes, mas perderam amigos.

“Quando o tiroteio começou, acelerei e fui para o descampado à minha direita. Pisei o acelerador e comecei a conduzir. A Noam e eu ouvíamos o tiroteio, as balas a passar. O carro foi atingido e vimos os jipes e as motas do Hamas. Estavam a matar jovens que estavam sob o efeito de drogas de álcool. Não foi nenhuma situação heroica, mataram-nos apenas”, descreve Hai.

A voz de Noam ainda falha quando recorda como “os terroristas chegaram armados e dispararam contra todas as pessoas que estavam nos carros”.

Entre os desaparecidos estão Dorin e Rotem, duas luso-israelitas que ninguém sabe se foram mortas ou se estão nas mãos do Hamas.

Tali Atias, mãe de Dorin, é um entre centenas de pedidos de ajuda de famílias desesperadas por encontrarem os jovens que poderão estar reféns do grupo.