Conflito Israel-Palestina

Análise

Macron em Israel num "exercício relativamente delicado de equilibrismo"

O comentador da SIC, Rui Cardoso, considera que o Presidente francês teve mais bom senso na escolha da data da visita a Israel do que outros líderes europeus e sublinha os objetivos da deslocação de Emmanuel Macron.

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Emmanuel Macron está em Telavive. O Presidente francês já esteve reunido com o primeiro-ministro israelita e prometeu que fará tudo o que puder para restaurar a paz e a segurança na região. Macron garantiu também que Israel não está sozinho na luta contra o terrorismo. Rui Cardoso considera que a deslocação do Presidente francês teve um timing mais adequado do que, por exemplo, o da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e que Macron tem agora um papel importante a desempenhar.

"Macron já aparece algum tempo depois, Macron vem fazer um exercício relativamente delicado de equilibrismo e que tem a ver com, por um lado reconhecer a Israel o direito de defesa, mas, por outro lado, dizer que esse direito de defesa tem algumas limitações éticas, todas aquelas que decorrem das leis da guerra, e que um cerco como aquele que está a ser feito a Gaza é tão bom ou tão mau como o cerco dos russos fizeram a Mariupol."



Todas as atrocidades dignas do Daesh que o Hamas levou a cabo no Sul de Israel não justificam o extermínio da população civil de Gaza”, realça Rui Cardoso.

O comentador da SIC critica o modo como Ursula von der Leyen se “precipitou” na deslocação a Israel e o impacto negativo que isso teve nos países árabes.

“Macron tem porventura algum bom senso na escolha da data da visita a Israel, ao contrário, por exemplo, da Presidente da Comissão Europeia (…) que de facto se precipitou e, sobretudo, não teve o cuidado de perceber que no momento em que ela vai Israel, já a ofensiva do Hamas tinha sido repelida”.

No entender de Rui Cardoso, para os países árabes, a deslocação de Ursula von der Leyen teve apenas uma leitura: “Ela veio apoiar a 100 por cento incondicionalmente a contraofensiva Israelita”.

Em relação à operação israelita no terreno, que o Presidente norte-americano Joe Biden pede para que não avance, o comentador da SIC sublinha que “a única maneira de evitar que o Médio Oriente entre numa espiral de destruição é seguir aquilo que as Nações Unidas e o seu secretário-geral, António Guterres, têm dito que é a primeira coisa a fazer é o cessar-fogo. Ninguém dispara, não dispara de um lado, não dispara do outro, e deixar passar ajuda humanitária”.