Conflito Israel-Palestina

Análise

Hezbollah promete ataque “forte” contra Israel: "Que capacidade têm os EUA para influenciar os aliados árabes?"

Na análise aos últimos desenvolvimentos do conflito no Médio Oriente, Germano Almeida destaca o papel dos EUA junto dos países vizinhos de Israel, que estão ali entre o Irão e Israel, de modo a evitar uma guerra regional.

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O líder do Hezbollah promete um ataque "forte, influente e eficaz" contra Israel. Hassan Nasrallah diz que é obrigatório vingar os bombardeamentos israelitas que destruíram bases militares e mataram comandantes do Hezbollah e o líder do Hamas. O Presidente russo, Vladimir Putin, veio pedir contenção. No entender de Germano Almeida, trata-se de uma estratégia em que a Rússia pretende mostrar que não são apenas os EUA que querem uma resposta contida.

Para evitar a escalada do conflito e uma guerra regional, o comentador da SIC sublinha que a influência norte-americana pode ser decisiva junto dos países árabes, que “são importantes para decidir se aceitam, aprovam, validam ou não o movimento no seu espaço aéreo de ações iranianas contra Israel”

“A Rússia e o Irão são dois poderes autocráticos que têm muito em comum. Têm uma parceria militar e o Irão quer que essa parceria se aprofunde também nesta questão, porque quer também que a Rússia ajude a nível de sistemas de defesa e materializar essa situação, portanto, esse sinal de Putin, aparentemente dando razão ao Irão de que terá que retaliar, mas mostrar que não é só os Estados Unidos que querem uma resposta contida e também a Rússia”, explica Germano Almeida.

A Organização para Cooperação Islâmica, que reúne 57 Estados membros, árabes ou não árabes e muçulmanos, como o Irão, reúne-se esta quarta-feira. O Irão aí quer sair dessa reunião com a legitimidade e apoio para retaliar contra Israel.


“O Irão vai ter que explicar nessa reunião como é que está a contar fazer essa reação, essa retaliação de modo a não levar a uma escalada (…) O Irão vai dizer aos seus parceiros que também não quer uma escalada”, diz o comentador da SIC.

A posição dos países árabes, vizinho de Israel e que estão entre o Irão e Israel, será decisiva numa eventual contenção do conflito. Por isso, esse é o foco das diligências diplomáticas norte-americanas.

"Outro ponto que me parece que vai ser decisivo nas próximas horas e dias (…) que é a capacidade que os Estados Unidos vão ter de influenciar a parceira dos aliados árabes da região árabe sunita, nomeadamente Jordânia, Qatar, Emirados Árabes Unidos, o Egito e eu recordo que o Presidente Biden falou ao telefone com o Emir Tamim bin Hamad, do Qatar, com o Presidente do Egito e com o Rei da Jordânia, esses são telefonemas importantes (…) Esses países além de não quererem uma guerra regional, são importantes para decidir uma coisa, a aceitam, aprovam, validam ou não o movimento no seu espaço aéreo de ações iranianas contra Israel.

“Israel pode ser atacada de várias frentes ao mesmo tempo e isso vai ter também por isso é que é importante um posicionamento prévio, legitimidade ou não de países vizinhos de Israel, que estão ali no meio entre o Irão e Israel”, sublinha Germano Almeida.