Conflito Israel-Palestina

"Adormecia e pensava esta pode ser a última noite da minha vida": Antiga refém relata o que viveu em Gaza

Uma das reféns raptadas pelo Hamas e que entretanto foi resgatada, partilhou alguns dos momentos que viveu enquanto esteve refém em Gaza. O conflito dura há mais de 10 meses, e permanecem as dúvidas sobre a possibilidade de um acordo de cessar-fogo.

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A nuvem de fumo é visível desde Israel e as explosões começaram a fazer parte do quotidiano desta região. As tropas israelitas continuam a bombardear a Faixa de Gaza e as negociações interrompidas, sem previsão de retoma.

As autoridades de saúde da Palestina falam em mais de 40 mil mortos pelos militares de Israel, números que os israelitas negam.

O conflito começou a 7 de outubro, quando homens do Hamas executaram uma série de atentados em Israel junto à fronteira com Gaza Mais de mil pessoas morreram, entre civis e militares israelitas, e cerca de 250 foram raptados. Noa Argamani foi uma das pessoas que ficou refém do Hamas.

“Viemos para um festival de paz e amor apenas para celebrar e depois começámos a ouvir um rocket e, infelizmente, os rockets são algo muito comum em Israel. Por isso, não pensámos que isto fosse acontecer desta forma”, explicou Noa Argamani, antiga refém do Hamas. 

Tentou fugir, foi perseguida, viu amigos a morrerem. Em Tóquio, num encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, contou a experiência vivida nesse dia do rapto e nos meses que se seguiram em cativeiro.

“Todas as noites adormecia e pensava esta pode ser a última noite da minha vida”, recorda Noa. 

Foi resgatada pelas forças militares de Israel em Junho e agora tornou-se num dos símbolos da luta israelita.

“É muito triste que o mundo inteiro saiba o que o exército está a fazer em Gaza, mas não veja o que os terroristas não fazem. Escondem-nos nos túneis, em casas, onde ninguém nos pode ver. Neste vídeo, depois do tiroteio, eu tinha cortes no corpo e fui espancada. Ninguém foi visitar-me, ninguém foi ver-me, ninguém me deu assistência médica. Ninguém. Até eu ser resgatada”, conta Noa. 

O conflito dura há mais de 10 meses. A urgência de um cessar-fogo é lembrada todos os dias.