Conflito Israel-Palestina

Hezbollah avisa que ataques com pagers e walkie talkies ultrapassaram "todas as regras, leis e linhas vermelhas"

Israel está a desviar tropas de Gaza para a fronteira com o Líbano, que continua a lidar com as consequências de milhares de explosões dos aparelhos de comunicação dos últimos 2 dias. Enquanto o líder do Hezbollah fazia uma comunicação ao país, Israel fez sobrevoar o território com caças supersónicos.

Loading...

Enquanto falava o líder do Hezbollah, a milícia xiita que opera sobretudo no sul do Líbano, Israel fazia sobrevoar o território do vizinho a norte, e a capital Beirute, com caças supersónicos. Um som captado pela emissão em direto da Sky News.

O aviso coincidiu com o momento em que Hassan Nasrallah falava pela primeira das explosões nos aparelhos de comunicação dos militantes no Líbano.

“O inimigo israelita armadilha milhares de pagers, que foram detonados ao mesmo tempo. Nesta operação, o inimigo ultrapassou todas as regras, leis e linhas vermelhas”, disse Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah. 

Nasrallah referiu que os ataques configuram uma declaração de guerra. Prometeu retaliar, mas admitiu fragilidades.

“Sabemos que o nosso inimigo tem superioridade a nível tecnológico. Porque não são apenas os israelitas, os americanos estão com Israel, tal como o Ocidente e a NATO”, afirmou o líder do Hezbollah. 

O dia foi marcado pela troca de fogo com dois mortos em cada um dos lados da fronteira e uma série de anúncios por parte do governo de Israel de que o foco da guerra estará a passar do sul, em Gaza, para o norte.

“Isarel retirou a sua 98.ª divisão de Gaza para a sua fronteira norte. Esta divisão é responsável por alguns dos combates mais intensos em Gaza e inclui unidades de comandos, unidades de paraquedistas, milhares de forças especializadas em operações atrás das linhas inimigas”, explicou Julia Frankel, jornalista da Associated Press. 

O frágil sistema de saúde do Líbano continua a lidar com as consequências das explosões dos dois dias anteriores que terão provocado até agora 37 mortos e mais de 3000 feridos, não só entre os militantes do Hezbollah, mas também entre as pessoas que se encontravam perto dos dispositivos. Duas crianças morreram, outras ficaram feridas e aguardavam transferência para o Irão.

Israel não assumiu até agora o ataque. Em manifestações no centro de Telavive, os familiares dos reféns alertam para os perigos de uma nova frente de guerra.

“Penso que a escalada no norte é uma tática para ajudar Netanyahu a sabotar o acordo”, disse Shay Moses, sobrinho de refém. 

O presidente da autoridade palestiniana, Mahmoud Abbas, foi recebido em Madrid como chefe de Estado. Espanha, Irlanda e Noruega estão entre os países que reconheceram a Palestina como um Estado.