Conflito Israel-Palestina

Mortágua diz que Rangel "ficará na História como barqueiro das bombas do genocídio" em Gaza

A coordenadora do Bloco de Esquerda entregou esta segunda-feira três mil assinaturas de uma petição pública que pede a retirada do pavilhão português de um navio que transporta material para fabricar armas em Israel.

Mortágua diz que Rangel "ficará na História como barqueiro das bombas do genocídio" em Gaza
ANDRÉ KOSTERS/LUSA

Mariana Mortágua criticou esta segunda-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, defendendo que Paulo Rangel "ficará na História como o barqueiro das bombas do genocídio do povo palestiniano".

"Vários outros países estão a impedir o envio de armamento ou de material explosivo para Israel, infelizmente essa não é a posição do Governo português e por isso mesmo Paulo Rangel ficará na História como o barqueiro das bombas do massacre e do genocídio do povo palestiniano", acusou a coordenadora do Bloco de Esquerda.

Mortágua falava aos jornalistas depois de ter entregado no edifício do Conselho de Ministros, em Lisboa, três mil assinaturas de uma petição pública que pede a retirada do pavilhão português de um navio que transporta material para fabricar armas em Israel.

O BE quer impedir que Portugal "venha a ser condenado na Justiça internacional por cumplicidade com genocídio, por cumplicidade com a matança de civis, de milhares e milhares de crianças inocentes a que todos estamos a assistir em direto".

"Que ninguém diga que não saiba, que ninguém diga que não sabe o que se está a passar, que há uma bandeira portuguesa nas bombas que estão a matar crianças na Palestina e que essas bombas estão a ser permitidas pelo mesmo Governo, o Governo de Paulo Rangel permite a bandeira portuguesa neste navio", alertou.

Interrogada sobre se teme que a audição do ministro no Parlamento sobre o tema, agendada para 15 de outubro, já seja tarde demais, Mortágua respondeu que "ao que tudo indica, Paulo Rangel está mesmo à espera que as bombas e que o material explosivo chegue até a Israel".

"É incompreensível a posição do Estado português, que começa primeiro por negar a existência deste material, por negar o destino desta embarcação, por negar até a bandeira portuguesa desta embarcação. Sabemos que tudo isso é verdade", afirmou.

A coordenadora bloquista defendeu que "ainda é tempo" de retirar o pavilhão português, mas avisou que se tal não for feito, "Paulo Rangel ficará na História como o ministro que permitiu que Portugal fosse acusado por cumplicidade com o genocídio nos tribunais internacionais".