O editor de Internacional do jornal Expresso, Pedro Cordeiro, acredita que Israel não tem interesse em terminar o conflito que, neste momento, tem já três frentes. Apesar de reconhecer o esforço do Ocidente para pôr termo à violência no Médio Oriente, o jornalista defende que a comunidade internacional "não tem tido grande eco junto das partes beligerantes".
Pedro Cordeiro crê que a resposta do Irão à morte dos líderes do movimento armado Hezbollah "certamente irá acontecer".
Praticamente um ano após o conflito entre o Hamas e Israel ter escalado de intensidade, "a situação é mais grave" devido às três frentes existentes – Gaza, Líbano e Iémen.
"O risco de uma guerra regional é um risco grande que, neste momento, existe e preocupa potências, como é o caso dos Estados Unidos", declara.
Recentemente, Telavive anunciou que eliminou o líder do Hezbollah, bem como outro dirigente, uma ação que, de acordo com o editor do Expresso, "enfraquece" o grupo militar.
Não acredita que a eliminação total do Hamas e do Hezbollah, por parte de Israel, seja possível e considera que a guerra "é conveniente" ao Governo israelita.
Reconhece que a comunidade internacional tem encetado esforços no sentido de inverter o escalar de violência no Médio Oriente, mas aponta falhas:
"O que [a comunidade internacional] não tem tido é grande eco junto das partes beligerantes".
Extrema-direita vence na Áustria
A extrema-direita austríaca obteve uma vitória histórica nas eleições legislativas de domingo.
Pedro Cordeiro considera que o Partido da Liberdade, que venceu com 28,8% dos votos, conseguiu "capitalizar o descontentamento" da população.
"Resta saber se conseguirá coligar-se com outros para formar uma maioria de Governo, uma vez que a sua vitória foi em maioria, ou se os outros partido farão um cordão sanitário e se unirão. Matematicamente é possível uma coligação alternativa: os partidos do centro têm deputados suficientes para formar um Governo, que não inclua o partido mais votado", refere.
O papel do Presidente austríaco, acrescenta, será determinante para a formação do novo Executivo já que "tem mostrado pouca vontade de dar posse a um Governo de extrema-direita".