A comitiva com três familiares que foi trazida a Lisboa pela Embaixada de Israel representa apenas um dos vários pontos de vista defendidos por diferentes grupos de familiares de reféns israelitas, dois deles já declarados mortos pelas autoridades israelitas.
É o caso de Idan Shviti, que estava no festival Nova e tinha passaporte português. O corpo permanece em Gaza. Por isso, o pai exige que o tema entre na campanha eleitoral portuguesa.
Eli Shviti defende que não deve ser entregue mais ajuda humanitária ou comida aos mais de dois milhões de habitantes de Gaza:
"Ao mesmo tempo que temos 59 reféns, ainda damos comida, ajuda e eletricidade? Isto não faz sentido."
Alon Nimrodi é pai do único refém que pode ainda estar vivo. Militar na passagem norte entre a Faixa de Gaza e Israel, Tamir tinha 18 anos quando foi raptado pelo Hamas. O pai critica a forma como a comunicação social europeia tem acompanhado o conflito:
"O que dizem de Israel é estupidez... Não sabem a história, não sabem os factos. Somos judeus, a menor religião do mundo. Todos nos odeiam. Porquê? Porque somos espertos, temos poder e conhecimento. Olhem para a história: quantos judeus ganharam o Prémio Nobel?"
Perguntado sobre os perigos da recente decisão do governo de Israel em alargar a operação militar sobre a vida dos reféns, respondeu:
"Estão-me sempre a perguntar coisas de política. Se eu tiver alguma coisa para dizer a Netanyahu, digo-lhe pessoalmente. Não sei o que é certo ou errado, quero o meu filho em casa!"
O irmão de Muhammad Alatrash também era militar. Terá sido morto no próprio dia do ataque do Hamas, a 7 de outubro de 2023. A confirmação, a esta família de origem beduína, chegou um ano mais tarde.
"Esta não é a forma de professar o Islão: é a do Daesh e do ISIS. O Hamas não se comporta como muçulmano, e a família Alatrash é uma família muçulmana."
A comitiva anda em périplo por alguns países europeus.