Sou do género muito arrumado.
Sou, até do género, que aborrece os outros que não são muito arrumados.
Sobretudo, se viverem comigo, claro.
O atelier, onde faço as esculturas e os desenhos e as outras coisas todas, está atulhado e é caótico.
O closet, também só tem bom aspecto, porque os armários estão todos fechados.
Mas, no resto da casa, tem de estar tudo arrumado e limpo, e em ordem.
Se não, fico agitada e vou, logo, endireitar.
Deve haver uma qualquer explicação para estas minhas contradições domésticas. Mas não me apetece cansar-vos, mais, com miudezas.
Com esta coisa do coronavírus, fiquei num grupo de trabalho que, a partir de casa, tem de assegurar peças para os jornais da SIC.
Trouxe todo o equipamento necessário para fazer o que tenho de fazer.
Computador, monitor, cabos e mais umas quantas coisas.
E olhem que não estamos a falar de um portátil.
É mesmo um computador grande e, para além do monitor que trouxe, juntei outro, porque me facilita a tarefa durante a edição das imagens.
Pus tudo numa mesa da sala.
Para estar mais perto do sítio onde está a televisão e porque, lá está, no atelier reina um caos criativo, que não dá muito jeito agora.
Só que, claro, fiquei com a sala (parte dela, pelo menos), transformada numa espécie de escritório/redação improvisada.
Está feio, sim!
Tudo fora do lugar habitual, também!
Mas não vos conseguiria explicar o orgulho que sinto por fazer parte desta equipa.
E, como se diz na minha ilha, estou toda mania com o estaminé que tenho montado na sala.