Coronavírus

Governo explica estado de calamidade em Ovar

Ministra da Saúde diz que há um “elevado número de casos numa área geográfica restrita”.

Governo explica estado de calamidade em Ovar
MANUEL DE ALMEIDA

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e a ministra da Saúde, Marta Temido, explicaram esta terça-feira em conferência de imprensa a declaração do estado de calamidade no concelho de Ovar, onde passam a estar restringidas as atividades económicas e a circulação de pessoas.

Marta Temido diz que a zona é compatível com um quadro de transmissão comunitária ativa e que, por isso, há um risco de transmissão generalizado do novo coronavírus e de ocorrerem novas cadeias de transmissão.

A ministra informa ainda que só no concelho de Ovar existem 30 casos confirmados de Covid-19 e, decorrentes desses, 440 contactos já identificados e em monitorização, com recomendação de isolamento.

“Estamos perante um número elevado de casos confirmados numa área geográfica restrita e com muitos contactos. 50% dos casos da Administração Regional de Saúde do Centro estão nesta região”.

O que significa o estado de calamidade?

A medida, que vai ser aplicada de imediato e se encontra em vigor até 2 de abril, prevê uma restrição nas atividades económicas e na circulação de pessoas. Fica vedada a saída dos residentes do município e proibida a entrada de qualquer pessoa, exceto em situações excecionais que envolvam profissionais de saúde, socorro e forças de segurança.

Todas as atividades comerciais ou industriais estão interditas, excetuando as relativas ao setor alimentar. Assim sendo, serão encerrados todos os restaurantes, mantendo-se apenas abertos padarias e supermercados.

Farmácias, bancos e postos de combustíveis continuarão abertos, assim como hospitais, centros de saúde, estruturas de socorro e das forças de segurança e as de abastecimento de água e energia.

A explicação foi dada pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que apelou à compreensão dos cidadãos e manifestou solidariedade num “momento difícil”.

OS NÚMEROS DO CORONAVÍRUS


O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180.000 pessoas, das quais mais de 7.000 morreram e 75.000 recuperaram.

O surto começou em dezembro na China, que regista a maioria dos casos, e espalhou-se entretanto por mais de 145 países e territórios. Na Europa há mais 67.000 infetados e pelo menos 2.684 mortos, a maioria dos quais em Itália, Espanha e França.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos. Há ainda a assinalar mais 4.030 casos suspeitos até hoje, dos quais 323 aguardam resultado laboratorial.

Do total de cidadãos infetados em Portugal, três recuperaram.

O país está em estado de alerta desde sexta-feira, tendo o Governo colocado os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

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