Coronavírus

Governo britânico vai dar "direito de dizer adeus" a familiares de infetados

Medida vai ser aplicada nos lares de idosos.

Governo britânico vai dar "direito de dizer adeus" a familiares de infetados
Lee Smith

Os familiares de pessoas infetadas ou vítimas da pandemia da covid-19 no Reino Unido vão ter o "direito de dizer adeus", anunciou hoje o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock.

"Estamos a introduzir novos procedimentos para limitar o risco de infeção e, sempre que possível, dar aos entes queridos mais próximos a possibilidade de se despedirem", disse, durante a conferência de imprensa diária do governo sobre a crise.

Hancock admitiu ter ficado emocionado com algumas das histórias de pessoas que morreram sem familiares por perto, como no caso do adolescente Ismail Abdulwahab, de 13 anos, que morreu no início do mês, e cujos familiares foram impedidos de participar no funeral.

"Estar com alguém que se ama no final da vida dela é um dos mais profundos instintos humanos e é um momento que fica para sempre. Se for bem feito, pode ajudar aqueles que ficam a aguentar e dá conforto aos estão a morrer", vincou.

A medida vai ser aplicada nos lares de idosos, setor para o qual o governo prometeu hoje estender os testes de diagnóstico a funcionários e residentes, cedendo às críticas de que os números de mortos e infetados naqueles serviços estão a ser subestimados.

Até agora, o governo deu prioridade aos testes às pessoas com sintomas que são hospitalizadas e aos profissionais do serviço de saúde público (NHS), limitando os testes apenas aos cinco primeiros residentes de um lar que apresentem sintomas para identificar um eventual surto.

Estas restrições nos testes de diagnóstico são uma consequência da falta de capacidade para fazer mais do que 18.000 testes por dia, embora o governo tenha prometido que vai aumentar para 100.000 até ao final do mês.

Dirigentes da indústria criticaram as autoridades na terça-feira de subestimar o impacto da pandemia da covid-19 em lares de idosos, alertando para a existência de centenas de mortes e casos de contágio que não são incluídas no balanço diário oficial.

De acordo com o jornal The Guardian, a organização Care England, que representa a indústria, elevou hoje para 1.400 a estimativa de óbitos resultantes da covid-19 confirmados e suspeitos.
Estatísticas oficiais publicadas na terça-feira verificaram que o número de mortes atribuídas ao novo coronavírus foi 15% superior às identificadas em Inglaterra até ao início de abril nos hospitais, incluindo 217 em lares de idosos.

O Reino Unido registou 12.868 mortes desde o início da pandemia e identificou 98.476 casos de contágio, de acordo com os dados atualizados hoje pelo Ministério da Saúde, que diz respeito apenas a pacientes com necessidade de cuidados médicos.

Quase 127 mil mortos e mais de 2 milhões de infetados em todo o mundo

A pandemia da covid-19 matou pelo menos 126.898 pessoas em todo o mundo e há pelo menos 2.001.200 casos de infeção em 193 países desde que surgiu em dezembro na China.

Pelo menos 428.100 doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.

Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada ao coronavírus no final de fevereiro, lideram em número de mortes e casos, com 26.059 mortes para 609.516 casos.

Pelo menos 44.364 pessoas foram declaradas curadas.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são Itália, com 21.067 mortes por 162.488 casos, Espanha com 18.579 mortes (177.633 casos), França com 15.729 mortes (143.303 casos) e Reino Unido com 12.107 mortos (93.873 casos).

A China (sem os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou 82.295 casos (46 novos entre terça-feira e hoje), incluindo 3.342 mortes (uma nova) e 77.738 curados.

Até às 11:00 de hoje, a Europa totalizou 85.272 mortes para 1.010.896 casos, Estados Unidos e Canadá 26.983 mortes (636.413 casos), Ásia 5.218 mortes (147.564 casos) e Médio Oriente 5.135 mortes (108.791 casos), América Latina e Caraíbas 3.343 óbitos (73.673 casos), África 869 óbitos (16.215 casos) e Oceânia 78 óbitos (7.652 casos).

599 mortos e mais de 18 mil casos de Covid-19 em Portugal

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta quarta-feira a existência de 599 mortes e 18.091 casos de Covid-19 em Portugal.

O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 567 para 599, mais 32 (uma subida de 5,6%), enquanto o número de infetados aumentou de 17.448 para 18.091, mais 643, o que representa um aumento de 3,7%.

O número de casos recuperados subiu de 347 para 383.